quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Adeus ano velho... Happy new year!

Com o final do ano se aproximando e a volta dos discos de vinil cada vez mais em alta, foram lançadas 500 cópias do compacto Happy New Year em vinil, como não podia deixar de ser. A edição especial e limitada foi anunciada pelo site oficial do ABBA no final de novembro e rapidinho esgotou.


Os fãs do quarteto, sempre ávidos por novidades, não perderam tempo. Apesar de não ser uma 'novidade' propriamente dita, o fato de ser uma edição limitada em vinil fez desse compacto um disputado item de colecionador. Infelizmente, um privilégio exclusivo dos Europeus, já que esse tipo de material passa longe do Brasil. No lado B foi incluída The Way Old Friends Do. As duas faixas, lançadas pela primeira vez no álbum Super Trouper, de 1980, permanecem como duas das favoritas dos fãs, entre as canções do ABBA menos conhecidas do grande público.

Poucos sabem, mas Happy New Year foi originalmente pensada como parte de um musical. Durante vários anos Benny e Björn nutriram o sonho de expandirem seus talentos para o mundo dos musicais. Queriam ultrapassar o limite do album pop convencional - contendo normalmente 10 canções - para criar uma peça musical com uma boa trama, onde pudessem exercitar mais a criatividade.

Em 1980 os dois compositores do ABBA viajarm para Barbados, em busca de inspiração para comporem faixas para o álbum Super Trouper, ainda sem nome e que seria lançado naquele mesmo ano. No avião, tiveram a idéia de escrever um musical que se passaria na véspera do Ano Novo. “Achamos que seria uma boa estrutura: algumas pessoas em uma sala, relembrando o que havia passado, pensando no futuro, esse tipo de coisa”, recorda Benny.

O ator inglês John Cleese
Em Barbados, encontraram por acaso o ator inglês John Cleese (famoso pela série de comédia britânica Monty Python’s Flying Circus) e sugeriram a ele que escrevesse a história para o musical. Infelizmente, Cleese não se mostrou muito interessado e o que permaneceu da idéia original foi a inspiração para uma canção cujo tema era o Ano Novo: Happy New Year. Por muitos anos, uma performance do ABBA feita especialmente para a televisão sueca foi exibida na noite de réveillon, na Suécia. 

Lasse Hallström, que dirigiu praticamente todos os clipes do ABBA, tinha o dom da improvisação e da inovação. Sua criatividade produzia resultados muito interessantes. Para o vídeo de Happy New Year, por exemplo, ele utilizou seu próprio apartamento como cenário, intercalado com imagens feitas na mesma ocasião em que outro clipe (Super Trouper) foi filmado.

Apesar de não ter sido lançada em compacto naquela época, aqui no Brasil a música foi lançada em um compacto duplo pela RCA, contendo também The Winner Takes It All, Super Trouper e Andante, Andante. Ou seja, nós também tivemos nossa "edição especial", só que em 1981...


A verdade é que com ou sem edição especial, o que fica de Happy New Year para os fãs do ABBA do mundo todo é a bela mensagem da canção, composta há mais de 30 anos e até hoje lembrada como um hino à esperança de um mundo melhor.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

O "mais mais" dos musicais

Depois de mais de um ano em cartaz e após 355 apresentações no Teatro Abril, em São Paulo, o musical Mamma Mia! se despediu ontem dos palcos brasileiros com uma performance emocionante e casa cheia. Saulo Vasconcelos, um dos protagonistas, escreveu hoje em seu Facebook: "O que foi o público de ontem? Acho que nunca vi nada igual na minha vida!". Kiara Sasso, com quem Saulo dividiu os palcos, também comemorou: "Nunca passei por um último dia de espetáculo tão incrível como foi o de Mamma Mia! Uma história de amor tão linda de uma filha e uma mãe, as descobertas das duas com os possíveis pais... Foi um prazer dar vida à Donna e poder contar essa história por mais de um ano! A memória de ontem está cravada no meu coração pra sempre".


O mesmo sentimento foi compartilhado pelo resto do elenco e pelo público que assistiu à última apresentação de Mamma Mia! no Brasil. O musical, diga-se de passagem, é um verdadeiro fenômeno mundial. Visto por mais de 42 milhões de pessoas de mais de 30 países, já arrecadou mais de 2 bilhões de dólares de bilheteria. Estreou em mais cidades em todo o mundo com mais rapidez que qualquer outro musical na história. Já deu para perceber que, no caso de Mamma Mia!, "mais" é a palavra da vez.

Kiara Sasso ("Donna")
Desde 1999 o musical está em cartaz em Londres, ininterruptamente. Na Broadway completou 10 anos dois meses atrás, em outubro. A razão de tanto sucesso? As canções do ABBA, claro. Ninguém  imaginava que, mais de três décadas depois do fim do grupo, suas músicas fossem estar tão vivas quanto eram nos anos 70, ou até mais do que naquela década. Mamma Mia! continua perpetuando o sucesso contagiante dos hits do ABBA para uma nova geração de fãs que cresce a cada dia mundo afora.

Kiara Sasso, que viveu a Donna na versão brasileira do musical, conta que antes de viver a protagonista da peça só conhecia as músicas mais famosas do ABBA. "A primeira vez acho que foi quando eu era bem criança, na festa de 15 anos de uma prima. Dancing Queen". Até que muitos anos depois assistiu ao musical em Nova York. "Fui conhecer todas melhor ouvindo o CD do musical", falou ela ao blog. "As músicas têm letras e estórias lindas. As pessoas realmente prestam atenção quando essas músicas são inseridas numa estória".

Saulo Vasconcelos, que viveu Sam, um dos três namorados de Donna na peça, buscou longe na memória para se lembrar do primeiro contato com a música do ABBA: "Foi na casa da Maria, que trabalhou durante anos lá em casa, em Brasília. Lembro que era um LP, daqueles bolachões de colocar na vitrola. Comecei a ouvir The Winner Takes It All e me emocionei. Achei a voz da mulher muito bonita e a música tinha um quê de melancolia, mas também tinha uma levada super bacana".

Saulo Vasconcelos ("Sam")
Assim como a colega de palco Kiara, antes de Mamma Mia! Saulo tinha contato apenas com as canções mais famosas do ABBA: "Usava algumas delas para dar minhas aulas de canto pras minhas alunas. São músicas muito boas para se cantar porque têm uma linha de canto bacana para o gênero pop. Hoje em dia o pop tem muito mais atitude e muito menos estética, em termos de voz. Por isso ABBA é diferente e especial".

Sobre suas cenas favoritas, eles têm opiniões diferentes. Kiara adora cena do quarto com Rosie (Andrezza Massei) e Tanya (Rachel Ripani), em que as três cantam Dancing Queen. Já Saulo gosta da cena em que seu personagem discute com o de Kiara, cantando S.O.S., e os dois trazem à tona os bons tempos daquele amor intenso que viveram.

Em uma coisa todos concordam: a temporada brasileira de Mamma Mia! mal saiu de cartaz e já deixa saudades no país todo.

Agradecimentos: Kiara Sasso e Saulo Vasconcelos.

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

19 anos de ABBA Gold

Dá para acreditar que quase duas décadas já se passaram desde o lançamento de ABBA Gold? Há exatos 19 anos, em 21 de setembro de 1992, a PolyGram deu início a um verdadeiro fenômeno que mudaria consideravelmente o mundo da música nos anos seguintes. O maior evento musical daquele ano foi o renascimento do ABBA, com o álbum duplo ABBA Gold – Greatest Hits. Foi a primeira coletânea lançada pela companhia após a aquisição dos direitos sobre o catálogo do ABBA, comprado da Polar Music dois anos antes.


Todas as coletâneas do ABBA haviam saído de circulação antes do lançamento de Gold. Somente os álbuns originais de estúdio (junto com a coletânea ao vivo de 1986) continuaram disponíveis no mercado. Justamente quando se pensava que o ABBA era nada mais que o eco de um distante passado, daquele tipo que é melhor deixar onde está, eis que um álbum com 19 canções impulsiona um revival.

Os fãs do ABBA não podem negar que, antes de ABBA Gold, estava cada vez mais difícil ouvir falar no grupo. Seus ex-membros levavam vidas completamente diferentes e distantes dos coloridos anos em que o grupo reinava na música pop. Apesar de Benny e Björn nunca terem parado de compor e produzir discos, o ABBA parecia uma referência longínqua naquele começo de década de 1990.

Com vendas que ultrapassam hoje os 28 milhões de cópias, é o álbum mais vendido do ABBA e um dos 40 discos mais vendidos de todos os tempos no mundo. Pode parecer estranho que o CD mais associado ao grupo tenha sido lançado 10 anos após a banda ter terminado. Mas o fato é que Gold fez mais para estabelecer a posição do ABBA como um dos grandes grupos pop mundiais do que qualquer outro álbum lançado durante a carreira do quarteto. Tanto que em 2008, pela segunda vez, Gold ficou em primeiro lugar nas paradas da Inglaterra, desta vez impulsionado pelo sucesso da versão cinematográfica de Mamma Mia! Proeza quase inimaginável para um grupo que nunca teve a menor pretensão de voltar...



O Gold lançado em 1992 incluía as versões editadas de Voulez-Vous e The Name of the Game, substituídas pelas versões originais a partir de 1999 e nos relançamentos subseqüentes. Essa primeira versão 1992 da coletânea ainda é a única disponível nos EUA. No entanto, a versão australiana trazia uma modificação na lista de canções, com três hits de muito sucesso por lá nos anos 70: Ring Ring, I Do, I Do, I Do, I Do, I Do e Rock Me, que substituíram Super Trouper, I Have a Dream e Thank You for the Music. Já na Espanha, essa primeira edição do Gold trazia as versões em espanhol de Chiquitita e Fernando no lugar das versões em inglês.

Em 1998 a Universal Music comprou a PolyGram. De lá para cá, várias edições comemorativas do álbum foram lançadas, em caixas especiais, com capas diferenciadas, detalhes e textos atualizados. Sempre com sucesso. É o segundo álbum a ficar mais tempo nas paradas de sucesso de todos os tempos (o primeiro é o Greatest Hits Vol.1 do Queen, com 490 semanas no Top 100; Gold totalizou 487 semanas na mesma lista). E ainda continua sendo, junto com o musical Mamma Mia!, a maior propaganda do quarteto. Gold também foi o CD do ABBA que mais vendeu no Brasil até hoje, com um milhão e oitocentas mil cópias, segundo estimativas de meados dos anos 2000.

Em dezembro de 2010, uma versão especial do Gold foi lançada, trazendo no mesmo pacote o CD com as canções e o DVD com os clipes. Os bônus do DVD incluem uma seleção de 5 clipes com imagem restaurada, mostrados com a tela dividida, para que o fã menos atento perceba com clareza as diferenças de qualidade entre o clipe original e o clipe remasterizado. O novo DVD Gold ainda apresenta uma raríssima versão de Money, Money, Money em desenho animado, feita por volta de 1977 pela produtora do empresário australiano Reg Grundy. A versão em cartoon foi vista por um breve período durante o apogeu do ABBA na Austrália, mas nunca havia sido divulgada e nem lançada no resto do mundo.

Com o sucesso contínuo do musical Mamma Mia!, em cartaz há mais de 10 anos no mundo todo (incluindo a Broadway) e a crescente geração de novos fãs do ABBA, pelo visto o álbum Gold ainda vai comemorar muitos outros aniversários.

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

O Casamento de Muriel

Setembro é um mês de várias comemorações no universo “abbístico”. Foi neste mês em 1994 que dois filmes australianos estrearam no cinema e tiveram papel importante no revival do ABBA: Priscilla, a Rainha do Deserto (The Adventures of Priscilla, Queen of The Desert) e O Casamento de Muriel (Muriel's Wedding). Ambos adquiriram status de cult movies não apenas entre fãs do grupo, mas em escala muito maior mundo afora. Vamos falar do segundo, obrigatório não apenas para quem gosta do ABBA como também para os apreciadores do cinema alternativo de primeira, feito fora do circuito hollywoodiano.

O Casamento de Muriel é um filme sobre juventude, sonhos e frustrações. Não necessariamente nessa ordem. A história é uma comédia com toques de drama, mas tudo dosado de maneira hábil, sem artificialismos e sem nunca cair no dramalhão previsível. Muriel (Toni Collette) é uma jovem gordinha eternamente em busca aceitação social, principalmente entre as amigas, patricinhas esnobes e fúteis. Produto de uma família disfuncional, ela mora com o pai rude e corrupto, a mãe submissa e subserviente e um bando de irmãos inúteis que passam os dias sem fazer nada.

Em seu quarto, Muriel se refugia nas canções do ABBA – ela tem verdadeira obsessão pelo grupo –  e no sonho de se casar com um príncipe encantado. Mas isso não é o bastante. Após dar um calote no pai e fugir de casa, ela reencontra Rhonda (Rachel Griffiths), uma antiga amiga do colégio. As duas resolvem então recomeçar suas vidas em outra cidade.


Querendo sempre parecer “normal”, Muriel adquire uma compulsão por mentir e suas histórias viram uma verdadeira bola de neve. Ela se vê então envolvida em vários problemas, não só com a família mas também com a amiga. Tudo pontuado pelas músicas do ABBA, que expressam ao mesmo tempo a ingenuidade quase incontida de Muriel e sua melancolia, fruto de profunda carência afetiva. Para ela, a aceitação só será possível através de um casamento.

“Quando eu morava em Porpoise Spit, ficava sentada em meu quarto por horas, só ouvindo as músicas do ABBA”, conta Muriel à amiga Rhonda. “Mas desde que te encontrei e nos mudamos para Sydney, não escutei uma só música do ABBA. Sabe o que isso significa? Que minha vida é tão boa quanto uma canção do ABBA. É tão boa quanto Dancing Queen”.

O diretor P.J. Hogan teve dificuldade em arranjar alguém que financiasse um filme de enredo singelo e personagens que nada tinham daquela agitação dos filmes juvenis americanos. O patrocínio veio de uma empresa francesa e deu certo. O Casamento de Muriel foi sucesso não só em seu país de origem, mas também no mundo todo. Sem atores caros nem efeitos especiais, a única exigência de P. J. Hogan ao produtor foi a liberação dos direitos das canções do ABBA.

Mas por pouco Hogan não pôde usar as canções no filme. Ele escreveu e telefonou para Benny Andersson e Björn Ulvaeus incessantemente, sem obter resposta. Os dois estavam com receio de que sua música não fosse usada de maneira positiva. Finalmente, chegou-se a gastar uma fatia do baixo orçamento do filme com uma passagem Sydney – Estocolmo. Hogan foi até a Suécia com o roteiro do filme para convencer Benny e Björn de que não faria gozação com a banda. Pelo contrário.


A música do ABBA como pano de fundo em O Casamento de Muriel é muito positiva. Há uma cena maravilhosa, de pura catarse, em que Muriel e Rhonda, vestidas de Agnetha e Frida, apresentam uma divertidíssima versão de Waterloo. A atuação de Collette é tocante e lhe valeu o prêmio da Academia Australiana de Melhor Atriz, assim como Rachel Griffiths ganhou o de Melhor Atriz Coadjuvante. O filme também venceu na categoria Melhor Filme. Collette ainda foi indicada ao Globo de Ouro de Melhor Atriz de Comédia/Musical.

Para o papel-título, ela teve que engordar 18 kg em 7 semanas, com a ajuda de uma nutricionista. O esforço valeu a pena. Toni ganhou notoriedade e tornou-se uma atriz respeitada no mundo todo. Participou depois de dezenas de filmes de sucesso como O Sexto Sentido (1999), As Horas (2002), Pequena Miss Sunshine (2006), entre outros. A parceira Rachel Griffiths também ficou conhecida pelas séries de TV A Sete Palmos e Brothers and Sisters.

Bill Hunter, que faz o pai de Muriel, estava filmando Priscilla, a Rainha do Deserto no mesmo período em que filmava O Casamento de Muriel. A dificuldade era que cada um dos personagens exigia dele diferentes comprimentos de cabelo e barba, além de gravações em diferentes partes da Austrália.

O director P.J. Hogan também conquistou seu lugar cativo no cinema e dirigiu filmes como O Casamento do Meu Melhor Amigo (1997) e Os Delírios de Consumo de Becky Bloom (2009). Mas será sempre lembrado por O Casamento de Muriel, um dos filmes mais queridos dos anos 90, que acabou preparando o terreno para o sucesso do musical Mamma Mia!


O Casamento de Muriel
(Muriel’s Wedding)

Escrito e dirigido por  P. J. Hogan.
Austrália, 1994.
Elenco: Toni Collette, Bill Hunter, Rachel Griffiths, Jeanie Drynan, Gennie Nevinson, Sophie Lee, Roz Hammond, Belinda Jarrett, Gabby Millgate, Daniel Lapaine, Matt Day.

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Os 35 anos da rainha dançante

Há 35 anos, nesta semana de agosto, o ABBA lançava em compacto aquela que seria sua canção mais famosa e emblemática nos quatro cantos do mundo: Dancing Queen.


A música foi apresentada ao público pela primeira vez em junho de 1976, na trasmissão da festa de gala que comemorava o casamento do rei da Suécia,  Carlos XVI Gustavo, com Silvia Sommerlath (cuja mãe era brasileira). A imprensa imediatamente assumiu que Dancing Queen tinha sido feita especialmente para aquela ocasião, um erro comum que até hoje é difundido. Mas Silvia, então com 33 anos de idade, dificilmente poderia ser "young and sweet, only 17" [jovem e doce, com apenas 17 anos], como diz a letra da canção.

O casamento de Silvia e Carlos Gustavo
A verdade é que o ABBA já tinha começado a trabalhar nessa canção 10 meses antes. Outro mito que ronda Dancing Queen é que a canção foi lançada às pressas logo após o casamento. Ledo engano. A música já estava agendada como o próximo compacto do ABBA, a ser lançado em agosto de 1976. A gravação teve início em agosto de 1975, na mesma época de Fernando. No começo de 1976 Stig Anderson e o ABBA tiveram que escolher qual das duas seria lançada primeiro. Fernando foi escolhida por ser uma música lenta, que faria um contraste com o compacto anterior, a animada Mamma Mia. Além disso Dancing Queen já era considerada um grande avanço no som do ABBA.

Pela ordem natural dos fatos é fácil notar que não houve, de forma alguma, oportunismo por parte do ABBA. O convite para apresentar uma canção na festa de casamento do rei e da rainha foi conseqüência do sucesso do grupo, que na época crescia cada vez mais. Por coincidência, a música de trabalho a ser lançada era Dancing Queen e a ocasião caiu como uma luva.

Quando o quarteto visitou a Austrália em março de 1976, os jornais do país anunciaram que enquanto o grupo esteve lá gravando o especial de TV The Best of ABBA (também chamado de ABBA in Australia e ABBA Down Under) filmaram "com total sigilo" uma performance do próximo compacto (Dancing Queen), que só seria lançado em agosto. Os jornalistas descreveram-na como uma "canção influenciada pela disco music", e que era a melhor coisa que o ABBA tinha gravado até então. As previsões de que a música seria sucesso absoluto estavam certas.

O ABBA cantando na festa de casamento do rei da Suécia

Os fãs do ABBA de fora da Suécia ouviram Dancing Queen pela primeira vez no especial da TV alemã The Best Of ABBA (programa diferente do especial australiano de mesmo nome) que foi ao ar em
junho e julho na Europa.

That’s Me, o lado B do compacto Dancing Queen, começou a ser gravada nas primeiras sessões do que se tornaria o álbum Arrival, logo após a visita do ABBA à Austrália. Os vocais principais foram divididos por Agnetha e Frida, e Agnetha já declarou várias vezes que That's Me está entre as suas favoritas. Chegou a ser lançada como lado A de um compacto em 1977, no Japão, onde fez enorme sucesso. Acredita-se que o videoclipe que aparece na coletânea More ABBA Gold (1993) pode ter sido feito para o mercado japonês naquela época mesmo.

Dancing Queen/That’s Me é provavelmente o compacto mais famoso do ABBA. Lançado inicialmente na Inglaterra em 6 de agosto de 1976, seguida pela Autrália (em 9 de agosto) e Suécia (em 16 de agosto), foi para o topo das paradas de praticamente todos os países onde foi lançado, incluindo Austrália, Alemanha, Noruega, Bélgica, Suécia, Suíça, Áustria, Nova Zelândia e o mais importante, os EUA (onde atingiu o primeiro lugar em maio de 1977).

A RCA do Brasil lançou Dancing Queen em compacto no Brasil na mesma época em que a canção ficou em primeiro lugar nos EUA. Mas aqui, além de That's Me, o compacto duplo trazia ainda Dum Dum Diddle e Arrival. (O álbum Arrival também só foi lançado aqui no Brasil em 1977).

Por mais que a imprensa associe Dancing Queen à rainha Silvia, isso não denigre a canção e nem o
ABBA de forma alguma. Silvia - que morou no Brasil durante 10 anos - é culta, elegante, educada e reconhecida pela simplicidade e simpatia extremas. É também admirada não apenas por cumprir suas atribuições, mas pelo engajamento em projetos sociais importantes, como a criação da World Childhood Foundation, em 1999, que promove melhores condições de vida e de defesa ao direito das crianças contra a pobreza e o abuso sexual. Frida até hoje é amiga da rainha Silvia.

A rainha Silvia e Frida em meados dos anos 90
Em um post de 2009 neste mesmo blog, o Adauto já havia contado a história detalhada do nascimento de Dancing Queen. Mesmo assim, não pude deixar de mencioná-la novamente nesse aniversário de 35 anos. Mas o frescor continua o mesmo! Relembre aqui.

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

ABBA Back to Black

Todos os 8 álbuns originais de estúdio do ABBA (Ring Ring, Waterloo, ABBA, Arrival, The Album, Voulez-Vous, Super Trouper e The Visitors) serão relançados em vinil pela Universal Music, no próximo dia 8 de agosto. Apesar desse privilégio não se estender ao Brasil (a menos que os interessados comprem os discos pela internet), os fãs brasileiros do ABBA terão a chance de incluir em suas coleções as reproduções das edições originais em vinil dos álbuns Ring Ring (1973), Waterloo (1974) e ABBA (1975), que nunca foram lançados em LP no Brasil. Vale lembrar que o álbum ABBA (1975) foi lançado aqui pela RCA em 1976, com a mesma capa da edição internacional, mas com listagem de músicas e contracapa diferentes da original.

Na verdade, essa volta dos bolachões não deveria ser uma surpresa tão grande, já que os discos de vinil estão novamente na moda, agora como verdadeiros itens de colecionador. Objetos sofisticados e icônicos, os LPs hoje em dia ganham destaque nas prateleiras e vitrines de megastores mundo afora. Todos os artistas cult querem ter seus álbuns (re)lançados em vinil, inclusive grupos e cantores da atualidade.

No final dos anos 90, com o crescimento desenfreado do CD, a produção de discos de vinil foi perdendo a força e os LPs foram descartados sem dó nem piedade, tornando-se ínfimos objetos empoeirados de sebos e vendidos a preço de banana. Tudo porque o CD (compact disc) era o último grito em matéria de tecnologia. 

Com domínio do MP3, do iPod e seus genéricos, o formato físico de armazenar música começou a se tornar obsoleto. Hoje, quem diria, o CD está condenado à morte. Ele ainda existe, claro, mas nem se compara ao número de canções e álbuns baixados na internet. Por outro lado, um movimento aparentemente contraditório ganhou força nos últimos cinco anos: o ressurgimento do vinil.

Curiosamente, em agosto de 1982 a Philips iniciou em Hanover, na Alemanha, a primeira produção dos compact discs. Uma verdadeira revolução no mercado mundial da época. E adivinhe qual foi o primeiro CD lançado no mercado? The Visitors, do ABBA, que tinha sido lançado oficialmente em vinil no ano anterior. Proeza bem moderna para um grupo que, naquela época (começo dos anos 80) chegou a ser tachado de "ultrapassado".

Agora, para comemorar os 60 anos do disco de vinil (completados em 2008), a Universal Music criou a linha Back to Black Vinyl ("de volta ao vinil preto"). Vários grupos e artistas tiveram seus álbuns relançados em vinil. O ABBA - um dos grandes nomes do catálogo da Universal - não poderia ficar de fora e também ganhou destaque na linha de reedições em formato de LP. 

Segundo Fernando Martines, do blog Beerock, em 2008, nos Estados Unidos, a venda de vinis cresceu 89% em relação a 2007 (ano em que o comércio de música nesse formato já havia crescido 36% comparado com 2006) totalizando 1,8 milhões de bolachões vendidos. No Brasil, a volta do vinil também se mostra forte. Prova disso foi o reativamento, no começo de 2010, da Polysom, última fábrica de vinis do País e que havia sido fechada em outubro de 2007.

Para os fãs e colecionadores brasileiros do ABBA que quiserem comprar os LPs, basta entrar no site http://www.backtoblackvinyl.com/ e conferir. Pelo site oficial do ABBA também é possível. Cada LP sai por pouco mais de 31 dólares (50 reais em média), preço um tanto quanto salgado se levarmos em consideração que vários desses LPs estão à venda em sebos modestos pelo Brasil ao preço médio de 15 reais (ou menos). Quer dizer, isso até os donos dos sebos se darem conta de que os LPs estão em alta novamente...

domingo, 31 de julho de 2011

Mamma Mia! no Brasil

Embora o título do musical tenha sido tirado do hit de 1975 do ABBA, Mamma Mia, o enredo da peça não tem nada a ver com a história do grupo. O musical, que já foi visto por mais de 42 milhões de pessoas pelo mundo, narra as peripécias de uma menina criada pela mãe e que, às vésperas de se casar, quer descobrir quem é seu pai. Existem três possibilidades e a jovem convida esses três ex-namorados de sua mãe para a cerimônia. Tudo devidamente contado e impecavelmente costurado pelas canções do ABBA. Aqui no Brasil, Mamma Mia! estreou em novembro do ano passado, em São Paulo, onde permanece até dezembro de 2011.

Estrelado por Kiara Sasso e Saulo Vasconcelos - dois dos mais bem-sucedidos atores de musicais no Brasil - a peça conta também com Rachel Ripani, Andrezza Massei, Carlos Arruza, Cleto Baccic, Pati Amoroso e Thiago Machado, entre outros. Kiara e Saulo já dividiram o palco antes em superproduções como A Bela e a Fera (2003), O Fantasma da Ópera (2005) e A Noviça Rebelde (2009).

Saulo Vasconcelos e Kiara Sasso
A tarefa de fazer as versões em português para os hits do ABBA coube a Cláudio Botelho, outro nome forte na onda de musicais que vem conquistando o Brasil nos últimos anos. Cláudio conseguiu transpor para a nossa língua o espírito alegre e despretensioso que Mamma Mia!, uma comédia romântica, exigia. Tudo isso sem comprometer o sucesso da montagem original.

Mamma Mia! tem sido apontado pelos críticos como o "Musical Nº1 do Mundo". Nos últimos 11 anos desde que entrou em cartaz em Londres, em 1999, a peça estreou num maior número de cidades do mundo mais rapidamente que qualquer outro musical na história. Outro dos grandes feitos de Mamma Mia! é estar simultaneamente sendo apresentado em sete diferentes teatros do mundo, incluindo a produção original em Londres e a americana na Broadway, totalizando 30 países e cerca de 240 cidades diferentes mundo afora.
 
Saiba aqui o que rola nos bastidores da montagem brasileira de Mamma Mia!, na matéria de domingo passado (24/07) do jornal O Estado de S. Paulo.

terça-feira, 26 de julho de 2011

Mamma Mia!


"Como a filha bastarda de um soldado alemão da Segunda Guerra, um péssimo vendedor, um sujeito que queria se tornar advogado e a garota sueca que desbancou os Beatles se tornaram o ABBA, uma das maiores bandas pop de todos os tempos".

Esse é o subtítulo pra lá de curioso do meu novo livro, Mamma Mia!, que tem previsão de lançamento para a segunda quinzena de agosto deste ano pela Panda Books.

Para quem ainda não sabe a história do ABBA, é a oportunidade de conhecer os detalhes sobre a trajetória vitoriosa do grupo, em português. E para os que já conhecem a história do grupo, é uma maneira de descobrir curiosidades e ficar por dentro de fatos pouco conhecidos da maioria das pessoas.

O mote do livro é o fenômeno que se tornou o musical Mamma Mia! e como ele contribuiu para a popularização do ABBA nos quatro cantos do mundo décadas após o término do quarteto. Sem falar em novas gerações que passam a conhecer cada vez mais o ABBA graças ao sucesso da peça e do filme Mamma Mia!

Mas em 1982, quem teria acreditado que, dez anos depois, a música do ABBA passaria por um revival que tornaria muitos dos hits do quarteto clássicos definitivos do pop?

Quem teria pensado que, nos anos 90, o cinema homenagearia o grupo em vários filmes, ou que a dupla Erasure e até mesmo Madonna chegariam ao topo das paradas com músicas do ABBA?

Mais: quem teria imaginado que os refrões das canções do grupo dariam origem a um musical (em cartaz simultaneamente no mundo todo, em diferentes línguas), que viraria também um filme estrelado por Meryl Streep?

Absolutamente ninguém e muito menos Agnetha, Björn, Benny e Anni-Frid, os quatro ex-integrantes do ABBA. Quando decidiram dar um tempo após dez anos de atividade conjunta, eles não poderiam imaginar que um segundo - e ainda maior - período de sucesso os esperava. E tudo isso sem cantar uma nota sequer ou gravar uma única canção!

Depois de terem sido quase esquecidos durante os anos 80, o ABBA se viu novamente nas paradas de sucesso em 1992 com a coletânea ABBA Gold (mais de 25 milhões de cópias vendidas). O sucesso continua, graças aos milhões de fãs que concedem ao ABBA o status de ícones cult, talvez iniciado pela comunidade gay, para a qual o ABBA já era ícone.

Será que os membros do ABBA tinham uma fórmula secreta para fazerem as pessoas se sentirem tão felizes ao escutar suas músicas? Talvez. Mas se há um segredo, ele só pode ser atribuído ao frescor dos refrões e à magia e atemporalidade das canções, imortalizadas de vez com o grande sucesso do musical Mamma Mia!

O novo milênio segue embalado pelo som do ABBA, com vendas de seus CDs crescendo o tempo todo. Com mais de 360 milhões de discos vendidos ao redor do mundo, o ABBA é hoje o grupo que mais vende depois dos Beatles. No Brasil, a música do ABBA é bem conhecida mas pouco se fala sobre a história do grupo. Muitas vezes um nome que vem à cabeça dos brasileiros é Perla, a cantora paraguaia que nos anos 70 fez enorme sucesso no Brasil com versões em português de hits do ABBA.

Tudo isso está presente em meu livro, Mamma Mia!, batizado com o mesmo título do musical e apresentado em primeira mão aqui no blog. Em breve, mais notícias.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Bem vindo, Daniel Couri!

22 de Junho de 2008. Neste dia nascia o blog ABBA Brazil. Com o título inicial "Agnetha Fältskog & ABBA" e ostentando novíssimas fotos da eterna loira do ABBA surgia mais um despretensioso espaço virtual dedicado à banda, entre tantos outros que ainda hoje cultuam a música dos quatro suecos que com talento, beleza e perfeccionismo conquistaram o mundo nos anos 70 e se mitificaram ao quebrarem uma sequência de grandes sucessos com o fim não anunciado, porém evidente, da banda em 1982, no auge de sua criatividade musical.

O tempo passou, o mito permanece. Quase 30 anos depois o sucesso continua com a mesma força, reforçado pelo musical "Mamma Mia!", que desde a estreia em Londres em 1999 continua atraindo multidões aos teatros, tendo sido transposto para diversos idiomas (recentemente em mandarim, na China) e que se tornou um dos filmes musicais mais bem sucedidos da história em 2008.

"Mamma Mia!" também é o título do novo livro do jornalista Daniel Couri, autor de "Made in Suécia - O Paraíso Pop do ABBA" (primeira biografia do ABBA em português). No novo livro, o quarteto sueco ressurge em uma biografia ampliada, com destaque para o fenômeno Mamma Mia!, novas histórias, fotos e curiosidades que certamente conquistarão o público brasileiro, sempre tão carente de informações relativas à banda. O livro tem tudo para se tornar um grande sucesso editorial pela sua linguagem acessível em narrativa dinâmica e repleta de informações interessantes, grafadas pelo estilo instigante de Daniel Couri. Mas as surpresas não páram por aí...

Hoje, dia 25 de Julho de 2011, tenho a grande honra de apresentar a vocês, prezados amigos leitores do blog, o nosso mais novo parceiro de trabalho: Daniel Couri! É com imensa alegria que estou comunicando a vocês a chegada desse reforço mais do que especial a este espaço que ultrapassou as fronteiras do Brasil e mesmo da nossa língua portuguesa, contra todas as minhas expectativas iniciais, e que atualmente conta com visitantes nos cinco continentes e em mais de 100 países. É gratificante observar que o ABBA ainda hoje preserva o seu "toque de Midas", já que transforma em ouro tudo o que toca. Não reinvindico a mim qualquer mérito, tudo o que há de melhor aqui resulta do brilho inapagável de Agnetha Fältskog, Bjön Ulvaeus, Benny Andersson e Anni-Frid Lyngstad.

E ao abdicar de qualquer reconhecimento pessoal nesse sentido, sinto-me inteiramente à vontade para apresentar-lhes o já conhecido jornalista Daniel Couri, que a partir de hoje integrará este espaço e o enriquecerá com artigos de sua própria autoria. Salientando que o foco tradicional persistirá, que é trazer ao público brasileiro artigos inéditos em língua portuguesa e também resgatar publicações sobre a banda nos seus anos de atividade, a chegada de Daniel Couri enriquecerá muito mais o blog ABBA Brazil.

Alguns amigos que aqui sempre comparecem em busca de notícias talvez tenham estranhado as minhas recentes ausências, mas embora eu pretendesse continuar no mesmo ritmo, razões de ordem estritamente pessoais e imperativas me impedem de levar adiante este trabalho com o mesmo empenho de antes. Não se trata de uma despedida, pelo contrário, antes é uma forma de manter vivo este espaço que tantas alegrias nos trouxe a todos.

E é com essa certeza de que o blog só tem a crescer que os deixo também na companhia dessa pessoa tão querida e especial, um grande amigo para mim, Daniel Couri!

Adauto Lacerda

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Agnetha Fältskog & Eu...

Agnetha compareceu à festa de aniversário de 50 anos do diretor e ator sueco Magnus Skogsberg em Estocolmo, no último dia 8 de julho. Na foto acima ela está ao lado de Anders Öhrman, da revista sueca QX, dedicada ao público gay. O aniversariante, Magnus Skogsberg, foi o produtor do especial de TV para o álbum "My Colouring Book" em 2004.

A seguir texto extraído do blog de Anders, nas palavras dele:

Um sonho se tornou realidade ontem. Magnus Skogsberg completou 50 anos e comemorou em um grande salão de festas no centro da cidade. Eu quase desmaiei quando de repente estava diante de Agnetha. Eu estendi a minha mão e disse: "Bob"... Então ela apertou a minha mão e disse: "Agnetha". Eu parei de respirar. Até que eu e o fotógrafo Peter Knutson criamos coragem graças ao meu namorado que pediu à Agnetha para tirarmos uma foto com ela. "Com certeza", disse ela. Surreal.

Fonte: Abbamikory & Anders Blog

sábado, 16 de abril de 2011

Frida, Björn e Benny em fotos recentes

Frida com o seu namorado Henry Smith na inauguração do hotel do seu amigo de longa data Heinz Julen nesta semana em Zermatt, Suíça:

Björn Ulvaeus e Benny Andersson na coletiva de imprensa do musical "Kristina" em Helsinki, Finlândia, e também com atores do cast:

Frida na coletiva de imprensa do Zermatt Unplugged 2011 em Zermatt, Suíça:

Benny Andersson em seu novo estúdio juntamente com membros da sua banda BAO, Benny Andersson's Orkester em Estocolmo, Suécia:


Fontes: Icethesite e Abbatoday

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