terça-feira, 19 de junho de 2012

RCA e alguns LPs brasileiros do ABBA


É curioso notar como a ideia de canção de sucesso varia de um país para o outro. O que vira hit em um país pode ser um fracasso em outro e vice-versa. Por exemplo, o compacto So Long, lançado em novembro de 1974, conseguiu sucesso na Suécia, Áustria e Alemanha Ocidental, mas afundou na Inglaterra. No caso de Rock Me, a faixa foi o lado B do compacto I Do, I Do, I Do, I Do, I Do. Nenhuma das duas causou impacto nas paradas britânicas. Aliás, muito pelo contrário. Já na Austrália Rock Me cativou tanto o público que virou o lado A do compacto.

Compacto duplo lançado no Brasil em 1975
Normalmente, com o amadurecimento musical de um grupo, passa a existir uma espécie de homogeneidade em relação ao sucesso. Canções como Dancing Queen e The Winner Takes It All, por exemplo, foram sucessos inegáveis no mundo todo. O ABBA já tinha uma 'marca', ou seja, já era possível ter uma ideia do que seria hit ao redor do mundo e não apenas em determinadas regiões.

Mas antes de 1976 o grupo ainda não havia encontrado uma identidade e as canções eram irregulares, assim como o impacto que causavam em diferentes países. Os dois primeiros álbuns do ABBA – Ring Ring e Waterloo – não estavam exatamente recheados de hits. Além das faixas-título (de bastante sucesso), poucas canções dessa fase atingiram um grande sucesso mundial de fato.

Quando canções como S.O.S. e Mamma Mia explodiram, no final de 1975, o público e a crítica começaram a levar o ABBA a sério. Logo em seguida veio Fernando, que confirmou o sucesso do quarteto e consolidou a carreira do grupo. E foi justamente nessa fase que o Brasil passou a prestar atenção ao ABBA. Até o início de 1976, os compactos lançados por aqui foram Ring Ring/Rock 'N' Roll Band (1973) e Waterloo/Honey Honey (1974). O nome 'ABBA' ainda era totalmente desconhecido, apesar de já ter aparecido no compacto Waterloo. Até então nenhum álbum do grupo havia sido lançado aqui.


Mas a RCA (selo responsável pelos lançamentos do ABBA no Brasil) não pôde mais ficar indiferente após o sucesso de Fernando mundo afora. Tratou de reparar o lapso da falta de LPs e lançou o álbum ABBA (1975) na primeira metade de 1976, na esteira do sucesso de Fernando (inclusive da versão em português de Perla).

Compacto duplo lançado no Brasil em 1976
O álbum ABBA foi lançado aqui no Brasil com a mesma capa da edição original, mas com listagem de músicas e contracapa diferentes. A foto da frente mostrava o quarteto tomando champagne dentro de uma limusine cercada de fãs. A contracapa mostrava o grupo no saguão do Castle Hotel, em Estocolmo. Na edição brasileira da RCA, essa foto foi cortada em cima e embaixo, ficando retangular.


Contracapa da edição brasileira (1976)
Contracapa da edição original (1975)
Nessa época o LP Greatest Hits estava sendo lançado com enorme sucesso na Europa, Austrália e América do Norte. O Brasil, que até aquela altura não tinha nenhum álbum do ABBA, ficou de fora. Obviamente não fazia sentido lançar um "Greatest Hits" de um grupo ainda desconhecido e sem álbuns anteriores no Brasil.

Por isso, quando a RCA lançou o álbum ABBA aqui, o LP já saiu como uma coletânea. Mas como os dois álbums anteriores (Ring Ring e Waterloo) não tinham sido lançados aqui, o LP foi editado como um original. As canções Hey Hey Helen, Tropical Loveland, Man In The Middle, Rock Me, Intermezzo No.1 e I’ve Been Waiting For You ficaram de fora, dando lugar a Fernando, Waterloo, Ring Ring, Hasta Mañana, Nina, Pretty Ballerina, Dance (While The Music Still Goes On), People Need Love, Honey Honey e Another Town, Another Train.

A partir de Arrival, no ano seguinte, os discos originais do ABBA passaram a ser lançados normalmente no Brasil. No entanto, quando Greatest Hits Vol. 2 foi lançado internacionalmente, em 1979, o Brasil – que não teve o primeiro Greatest Hits – não podia lançar o segundo. Como ter o Volume 2 se não houve aqui um Volume 1? O que aconteceu foi que a RCA, em 1980, fez outra de suas adaptações brasileiras e lançou o álbum Greatest Hits com a mesma capa do Greatest Hits Vol. 2, porém listagem de músicas diferentes. O LP brasileiro trouxe duas faixas a menos, e as canções I Wonder (Departure), Rock Me e Angeleyes foram excluídas, dando lugar a I Have A Dream, que não consta na coletânea original mas havia se tornado muito popular no Brasil.

Capa da edição brasileira (1980)
Contracapa da edição brasileira (1980)
Capa da edição original (1979)
Contracapa da edição original (1979)
Questões mercadológicas à parte, o tempo fez com que essas edições brasileiras se tornassem cobiçados itens de colecionadores de LPs entre os fãs do ABBA, principalmente fora do Brasil, pela raridade que representam hoje.

sexta-feira, 8 de junho de 2012

Agnetha prestigia a cultura em festa de gala


Agnetha compareceu mais uma vez à cerimônia de gala do prêmio "Marianne and Sigvard Bernadotte Arts Fund", que aconteceu ontem, no jardim de inverno do Grand Hôtel, em Estocolmo. A Condessa Marianne Bernadotte af Wisborg, viúva do Conde Sigvard (1907-2002), teve seu trabalho no campo das artes homenageado por vários convidados da realeza européia.

(Em 2009 Agnetha já havia participado da cerimônia. Relembre aqui)

A Fundação Marianne & Sigvard Bernadotte completa este ano seu trigésimo aniversário. Foi criada em 1982, no aniversário de 75 anos do Conde Sigvard. Desde então a fundação premia, anualmente, jovens artistas no campo das artes (teatro, design, pintura e música). A instituição promove a cultura - paixão da Condessa Marianne - por meio de bolsas de estudo concedidas aos jovens artistas.

Condessa Marianne

Confira algumas fotos tiradas ontem, antes e durante a cerimônia:

Agnetha com Hans Hjelmqvist


Agnetha com a cantora sueca Carola (vencedora do Eurovision de 1991)
Agnetha com o jornalista Roger Lundgren

Obrigado Lex Corbach e David McKenzie pelas fotos! ;-)
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