terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Entrevista com a produção do especial Agnetha

Este artigo da revista gay sueca QX não é uma entrevista com Agnetha. Em vez disso, é uma entrevista com a equipe de produção do especial "Agnetha". Ela a retrata de forma diferente, com uma imagem mais humana da Agnetha que vemos nos tablóides.

Magnus Flobecker (à esquerda), Espen Bekkebråte (direita). Abaixo da televisão, da esquerda para a direita: Lotta Brome, Ola Johansson e Magnus Skogsberg.

ABBA irá se reunir? Assista ao especial "Agnetha" e você terá a resposta...

Agnetha Fältskog para a mídia pode ser uma pessoa tímida, mas você realmente não pode dizer o mesmo sobre a equipe que a tem ajudado nos vídeos para o seu novo álbum "My Colouring Book” e no especial "Agnetha ".

- Estou muito satisfeita com o resultado e com a equipe. Eu trabalho bem com os gays, e realmente não vejo nenhuma diferença entre homos e heteros, Agnetha Fältskog diz a QX.


A equipe de Agnetha Fab 5 consiste de Lotta Brome, entrevistadora, Ola Johansson, projeto e diretor de arte, Magnus Skogsberg Tear, diretor (você não perdeu seu "Village People - comercial" para Billy's pizzabitar, perdeu?), Magnus Flobecker, estilista, Espen Bekkebråte, produtor (juntamente com Ulla Fluur), Tony Lundström, cabeleireiro, que infelizmente não estava lá quando a QX conheceu a equipe de Agnetha em uma manhã de maio, em uma fotografia no estúdio Hammarby fabriksväg. É alegre e unida a equipe, e talvez isso não seja muito estranho, pois todos eles são "família" (gays).

Como foi que Agnetha escolheu trabalhar com um grupo de homos?

Ola: Foi provavelmente por minha causa. Quando eu comecei a escolher as pessoas para esse projeto procurei as pessoas que eu sabia que eram boas no que iríamos fazer, e ao mesmo tempo em que trabalhassem bem em equipe. Apenas aconteceu sermos todos homos. Mas a coisa mais importante era que eles eram pessoas que fariam Agnetha sentir-se confortável. Agnetha também disse que quando começou o trabalho se sentiu segura com a equipe, que não eram pessoas que não desejavam o seu bem.

Magnus F: Como todos nós na equipe somos homos, poderíamos nos identificar com a vulnerabilidade da Agnetha. Todos nós temos vivido como estranhos e em épocas em que não quisemos ou não fomos capazes de revelar tudo sobre nós para o mundo que nos rodeia. Estávamos todos empenhados em tratar Agnetha de uma forma respeitosa.

É o objetivo deste especial que Agnetha não dê quaisquer outras entrevistas?

Ola: Desde o início, o objetivo era fazer um especial para promover o novo álbum, mas durante o trabalho ele foi sendo transformado em um programa mais pessoal sobre Agnetha. Inicialmente apenas a sua voz seria ouvida, mas já que ela começou a confiar mais em nós concordou em ser mostrada pela câmera, enquanto nós prometemos jogar fora tudo o que ela não gostasse. Ela não foi deixada de fora em nenhum momento.

Lotta: Mas por que ficar chateado por Agnetha não dar quaisquer outras entrevistas em vez de ser grato por ela ter concordado em fazer esse programa?

Magnus S: Mas o pensamento também foi dar um formato que se adaptasse a ela. Só porque você é um ator, cantor ou famoso por outra coisa, não é tão óbvio que você desfrute audiência em um sofá de entrevistas em um programa com um anfitrião cujo ego é maior do que o do artista - então você no final acaba não se mostrando como é de verdade. Pessoalmente, estou muito cansado destes formatos e mesmo com uma parte da audiência e esse foi o ponto de partida no início para inspirar-me na estruturação do programa. Para permitir que Agnetha como artista fosse o centro absoluto do programa.

Qual foi sua primeira reação, Lotta, quando você foi convidada a entrevistar Agnetha?

Lotta: Eu fiquei radiante. Agnetha estava há muito tempo na minha lista, eu havia chamado seu agente no outono passado para tentar falar-lhe em Söndagsöppet. Quando Ola chamou-me e pediu-me, eu tinha apenas assistido à falsa entrevista via satélite "Sen kväll med Luuk", e pensei que eu poderia fazer muito melhor. A própria Agnetha disse também disse que não se reconheceu ali, que se sentia como se outra pessoa estivesse ali falando.

Ola: Quando sugerimos Lotta para Agnetha, seu comentário foi espontâneo "Lotta é tão bonita." Depois que eu liguei Lotta foi quem ficou a mais calma de todos, então ela apenas disse "legal"... Na semana seguinte Magnus e eu trouxemos Lotta conosco para almoçar fora com Agnetha. Lotta permaneceu até à noite, elas realmente estavam conectadas.

Conte-nos sobre a filmagem em si.

Ola: As filmagens duraram três dias e se seguiram até abril. No primeiro dia nós filmamos três vídeos no estúdio, no segundo dia nós filmamos dois vídeos e mais um filme curto com Agnetha e o ator Magnus Krepper, e no terceiro dia filmamos a entrevista de Lotta com Agnetha. Bom planejamento por bons produtores e diretor tornou possível para nós conseguirmos muita coisa durante um curto período de tempo, sem ser estressante desta maneira.

Magnus S: Agnetha realmente é super profissional. E ela também aprecia pessoas profissionais – pode-se dizer. Ela tem uma relação muito especial com a câmera e a câmara a ama e eu senti que realmente poderia usar isso. E quando se trata de lábio-sincronismo, ela bate facilmente todos. Poderíamos brincar de Lennart Nilsson se tivéssemos vontade! Então, isso significou muito para mim, não ter que editar ou recortar qualquer coisa no programa, em vez disso ela aceitou do jeito que estava. Isso foi maravilhoso considerando que tivemos toda a liberdade.

Qual é a sua primeira lembrança de Agnetha e ABBA?

Magnus S: Eu gostava da Agnetha antes do ABBA, eu já assoviava "Jag skulle Aga miljoner om tårar var guld".

Ola: Minha irmã tinha todos os discos do ABBA, e eu pensava que era muito idiota. Eu não comecei a gostar deles antes de assumir que era gay e mudar-me para Estocolmo. Sempre tocava ABBA, então era um pouco uma lavagem cerebral...

Espen: A minha primeira lembrança do ABBA é Waterloo, assim como para tantos outros.

Lotta: Descobri ABBA em 1973, quando não venceram com "Ring Ring", e sim a boba "Dina bröst som är svalor som häckar" que ganhou. Em 1974, eu vi ABBA ao vivo em Gröna Lund, e alguns anos mais tarde, em Skandinavium. Uma grande recordação! Quando eu brincava de ABBA com meus amigos, eu sempre era o Björn - porque era muito legal ter uma guitarra!

Magnus F: Claro que eu também gostava do ABBA quando criança, e adorava os sapatos plataforma prateados do Björn. Eu pedi um par desses no meu sexto aniversário, mas é claro que eu não ganhei nenhum. Ainda estou procurando o par perfeito de sapatos...

Nenhum de vocês conhecia Agnetha antes deste projeto - que imagem vocês tinham dela? E como vocês a vêem agora na realidade?

Ola: Eu realmente não tinha a imagem que a mídia tenta dar a ela, eu pensava “deixem-na sozinha!”.

Magnus F: Agnetha apesar de tudo é uma pessoa cautelosa, ela diz isso sobre si mesma, e eu tenho todo o respeito por isso.

Lotta: Eu não tinha uma imagem dela já que eu tomo cuidado para não ter noções preconcebidas sobre as pessoas que não conheço. Mas agora que eu sei um pouco sobre Agneth, encaro-a como uma pessoa incomum, com muito humor. Uma pessoa linda.

Magnus S: Agnetha é muito íntegra e isso é muito legal. Mas ela é também surpreendente e inesperada com seu humor ás vezes negro e suas risadas contagiantes.

Se Agnetha decidir fazer algo mais no futuro - vai contratar esta equipe de produção novamente?

Magnus S: Você nunca sabe. Ela pode dizer coisas como "Agora não haverá nada mais..." e, ao mesmo tempo ela tem um brilho malicioso nos olhos.

Ola: Se ela fizer mais algo, tenho certeza que ela vai nos contatar, pois trabalhamos em conjunto de uma forma incrivelmente boa. Mas nós gostamos de trabalhar juntos tão bem que vamos trabalhar com outros artistas.

Você que conheceu Agnetha tão bem passaria tempo com ela privativamente agora?

(silêncio)

Lotta: Se a resposta a essa pergunta fosse "sim", eu ainda não a responderia...

Por Pär Jonasson

sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Especial Agnetha 2004

Este documentário de 2004 sobre Agnetha Fältskog foi feito para promover seu álbum "My Colouring Book" e ela fala sobre sua vida dentro e fora dos palcos; sobre ABBA, a turnê mundial e a histeria em torno da banda, mas o programa também mostra trechos de sua intimidade.

A entrevistadora foi Lotta Brome (escolhida pela própria Agnetha). O programa foi dirigido por pelo Magnus Skogsberg Tear e produzido por Ola Johansson. Gravado em Estocolmo, foi exibido em 2004.

Lotta Brome: Descreva-me.
Agnetha Fältskog: Descrever você?

L: Vá em frente. Descreva-me. Vamos inverter os papéis.
A: Descrever você? Uau, eu não estava esperando essa pergunta. Uma palavra que a descreva... curiosa.

L: Como você descreveria você mesma, então?
A: Cautelosa. Em algumas situações.

L: Olá, eu sou Lotta.
A: Olá, eu sou Agnetha.

L: Você sentia falta da sua própria voz?
A: Da minha própria voz? Não, mas eu sentia falta de cantar. Foi isto o que aconteceu. E pensei: talvez eu realmente não esteja muito velha, talvez eu possa gravar algo novamente. Mas havia também outra questão: a voz ainda estaria lá? Isso é uma coisa que você não sabe. Então levou algum tempo antes que eu "afinasse", se assim posso dizer.

L: Não era possível que você tentasse em casa?
A: Sim, você pode, mas isso não é a mesma coisa de quando se está no estúdio na frente do microfone, então as coisas começam a acontecer e é onde você realmente começar a ver se realmente está bem o suficiente. Mas não é o que acontece quando você passa 17 anos sem cantar e praticar todos os dias, no caso houve um descanso.

L: A jovem de Småland chega a Estocolmo com seu pai.
A: Sim, foi emocionante. Isso foi fantástico.

L: Quem era você então?
A: Eu era então uma jovem, inexperiente, uma menina ingênua que irradiava felicidade ao ir até Estocolmo e gravar com Little Gerhard para a gravadora Cupol. Meu pai me acompanhou e fomos a Estocolmo de trem. Ficamos na casa da minha tia. E depois fomos para o primeiro dia de gravação no Philips Studio, e era a minha própria música, então ouvi os acordes sendo tocados: Oh, Deus! Essa é a minha canção. Foi realmente uma experiência incrível.

L: O que você estava fazendo no ônibus da turnê de Sten e Stanley?
A: Na verdade, tanto eles quanto eu e Björn Ulvaeus excursionamos bastante antes do ABBA nos folkparks, de norte a sul.

L: Quando você se tornou uma cantora na sua primeira banda em Jönköping, qual era o nome da banda?
A: Bernt Enghardts.

L: Então eles já tinham uma cantora chamada Agnetha antes de você?
A: Sim, exatamente.

L: Os cartazes estavam prontos?
A: Eu não sei exatamente como tudo aconteceu, mas ela não podia ir em frente com a orquestra e eles já tinham cartazes impressos com o texto "AGNETHA", depois ela saiu do grupo, e eles estavam procurando alguém que se chamasse Agnetha e eu achei adequado e fui até eles.

L: Quais eram os seus sonhos?
A: O sonho que eu tinha era de tornar-me uma cantora como meus ídolos da época. Connie Francis, Petula Clark, Sandie Shaw, Sylvie Vartan, Rita Pavone - haviam vários deles. Isso era quase a única coisa que eu fazia - sentar-me em frente ao gramofone e fazer mímicas cantando suas músicas.

L: Como era esse sonho? Ser famosa? Como foi isso? O que significou para você?
A: Eu não acho que estava pensando tanto em tornar-me famosa, ou que isso fosse a ambição dos meus sonhos. O mais importante era ser capaz de ir a um estúdio e cantar - e cantar minhas próprias canções.

L: Eu não sou loira, por isso eu não seria Agnetha durante o “Klassens timma” (parte do calendário das escolas suecas, quando os alunos cantam etc.).
A: Você poderia ser a Frida, eu acho.

L: Sim, ou Björn porque eu acho muito legal ter uma guitarra como ele tinha naquela época.
A: (risos)

L: Mas se você fosse capaz de escolher, quem você seria no ABBA?
A: Bem... Talvez Frida.

L: Por quê?
A: Sim, porque ela era engraçada de se ver no palco e, quando se tratavam das vozes creio que foram bastante iguais e igualmente importantes, porque se completavam umas às outras de modo extremamente bom. Mas quando se tratava dos movimentos no palco eu achava que a Frida ficava muito mais à vontade, mais confortável e descontraída. Então eu queria ser provavelmente a Frida lá.

L: Mas foi o seu bumbum que foi escolhido como o mais bonito, não foi?
A: Sim, isso mesmo. Talvez eu tenha contribuído com alguma coisa. (risos)

L: Explique-me o fato de você nunca ter feito uma turnê mundial – por quê?
A: É uma grande coisa fazer uma turnê mundial, com aspectos positivos e negativos. É divertido também, mas não é nada do que eu faria hoje. E a histeria que presenciamos na Austrália chegou à fronteira do assustador. Eu ficava muitas vezes com medo quando estávamos no carro indo para o estádio de que alguém fosse asfixiado ou atropelado porque havia muitas pessoas batendo no carro, e havia guardas em todos os lugares. Foi uma sensação assustadora.

L: Você teve um período em que esteve completamente tranquila?
A: Ah, absolutamente. Um longo período depois que paramos com o ABBA, então eu não ouvia música, eu não ouvia ABBA ou qualquer outra coisa. E eu prefiro muita calma em volta de mim - eu não posso suportar muitos ruídos e sons ao mesmo tempo, como o barulho de um avião voando acima, ou se há alguma máquina em casa e sons misturados. Isso me deixa estressada. Mas posso ouvir sons altos nos fones quando estou cantando, e quando eu estou ouvindo música quero que ela às vezes seja um pouco alta, mas sons diferentes ao mesmo tempo podem me estressar.

L: Quanto tempo durou este período tranquilo?
A: Foi um bom tempo após pararmos com o ABBA. Talvez cinco a seis anos, ou até mesmo dez anos. Não que eu estivesse morta ou quieta o tempo todo em casa, mas eu não queria ouvir ABBA ou qualquer outra coisa. Eu não queria ouvir porque aquilo estava o tempo todo comigo. Durante todo esse tempo e ainda hoje eu sinto isso... Não há um dia sem pensar em ABBA ou sem sonhar com ABBA. Eu sonho com cada um deles, com Frida, Björn, Benny ou eu mesma em situações diferentes. Isto está comigo o tempo todo, e tem um significado enorme para mim.

L: Antes do ABBA você lançou seis álbuns e está lançando mais um agora. Por que não há nele nenhuma composição sua?
A: Porque já gravei muitas músicas minhas antes. Eu cantava mais músicas inéditas, tanto minhas quanto as do ABBA. Depois gravei outras inéditas, mas não minhas.

L: Bem, uma vez.
A: Sim, eu compus uma canção.

L: "Disillusion"?
A: Sim, "Disillusion". E agora que eu quis gravar um álbum depois de tantos anos, eu pensei... Eu fiz isto porque eu queria cantar mais, senti que não poderia deixar tudo aquilo para trás, tinha que cantar mais um pouco. E o mais difícil foi escolher 13 ou 14 canções que significavam mais para mim. Porque existem muitas.

L: Em seguida apareceu outra pessoa importante, o produtor do ABBA, Tretow.
A: Sim, no início quis fazer por mim mesma, mas depois eu senti que eu realmente queria trabalhar com Micke B. Tretow porque estamos tão habituados a trabalhar em conjunto. Ele foi, bem, ele é como um apoio e sabe exatamente quando eu fico presa quando estou cantando, o que acontece às vezes. Ele percebe e diz: "Não leve isto tão a sério". Ele sabe exatamente como me fazer sair dessa situação. Então nós trabalhamos durante algum tempo no álbum, mas infelizmente Micke adoeceu, mas ele está melhorando agora, as coisas estão caminhando na direção certa, para que ele fique bem. Mas foi duro quando ele não pôde continuar a trabalhar no álbum. Mas em seguida Anders Neglin e Dan Strömkvist juntaram-se a mim e acho que as coisas têm ido muito bem. Sinto com se nos conhecêssemos há longo, longo tempo. Nós nos completamos uns aos outros e acho que produzir assim é interessante. E nos completamos porque eu não sou exatamente uma produtora técnica. Não sei muito sobre os controles, tenho mais uma imagem dentro da minha cabeça e eu sei exatamente como eu quero que saia o som, o que deve aparecer em determinadas partes das músicas, o que deve estar ali em vez disso, se deverá ser colocado junto ou em separado. Um trecho termina e ao mesmo tempo começa outro. Tenho muitas dessas idéias dentro da minha cabeça. E eu já passei por isso, quando estávamos juntos durante toda a gravação com os músicos e cantores.

L: Você agradece a Demis Roussos. Muitos de nós não compreendemos a sua grandeza.
A: Não. Eu ouvi a voz dele quando eu estava na cidade, ouvi sua música saindo de uma loja. Foi “Goodbye, my love, goodbye”, ou talvez outra canção. Eu pensei "De quem é esta grande voz?". Então eu realmente fiquei lá ouvindo. Era Demis Roussos. Foi fantástico. Adoro esse tipo de canção.

L: “Past, Present And Future” é uma canção interessante do álbum. É realmente triste.
A: Sim, é. A letra é realmente triste. Mas eu tenho uma queda para as canções tristes, tenho. E não sei o por quê. Provavelmente porque elas são muito dramáticas.

L: Você está cantando esta agora. Shangri-Las a cantou antes.
A: Sim, um grupo de garotas. É uma daquelas canções que eu tinha esquecido, mas quando comecei a procurar em casas especializadas neste tipo de música de repente eu encontrei essa.

L: Que casas? Onde você encontrou?
A: Na minha casa. (sorrisos) Não, eu fui a uma loja de discos onde eles tinham vários álbuns deste período. E eu comprei muitos deles. Em seguida, encontrei vários cd’s de grupos formados por garotas. E esta estava no meio de todas as outras entre as que eu lembrava. E eu senti que essa música era tão profunda dentro de mim que achei que deveria entrar no álbum. Pensei que seria de certa forma mais original falar do que cantar nesta canção.

L: Se você cantar estes tipos de canções, você não precisa saber sobre o que está cantando a fim de se tornar mais convincente?
A: Sim, quando se canta é muito importante que você sinta o que se quer dizer com a letra da canção. E é muito fácil para mim interpretar canções especialmente tristes, que fala de amores infelizes e assim por diante.

L: Em outras palavras, você se sente triste.
A: Sim, absolutamente. Eu me sinto muito triste, muitas vezes. Mas eu não estou triste sempre.

L: Você pode ler partituras?
A: Oh sim, eu posso ouvir música e ler. Mas eu não escrevo.

L: Mas como você escreve quando compõe suas próprias músicas?
A: De uma forma muito especial. É muito estranho, eu mal posso explicar isso. Escrevo palavras, às vezes em uma língua estranha, mas a maioria em Inglês. Eu escrevo as letras e depois escrevo as notas acima e em seguida os acordes ao lado. Eu sempre tenho feito dessa maneira. E eu sou provavelmente a única que pode interpretar isso. E às vezes quando eu escrevo canções e letras, eu penso em alguma coisa quando estou prestes a ir para a cama, quando estou quase dormindo, "uau, esta é uma boa melodia". Então eu quase não tenho forças para me levantar e anotá-la. Mas é nestas horas que isto vem a mim. Acho que muitas vezes chega quando relaxo. E isto foi tão forte que comecei bem cedo, sentindo que poderia compôr. Eu estava com apenas 5 ou 6 anos quando percebi isso. Era muito cedo para isso. Descobri as teclas do piano, as notas que estavam lá, e percebi muito cedo que eu podia fazer a minha própria música. Então eu comecei a escrever canções e a primeira foi “Två små troll” ou alguma outra canção.

L: Como era?
A: “Två små troll träffades en dag
Två små troll lekte med varann
Kom sa den ena
Kom sa den andra
Kom ska vi leka med varann”

("Dois duendes conheci um dia
Dois duendes brincando com os outros
Venha disse um deles
Venha disse o outro
Venha, vamos brincar juntos ")

Não havia nada de especial nisso.

(Enquanto isso um pato se aproxima de Agnetha e Lotta)
A: Ele está vindo para cá agora.
L: A música está funcionando. Två små änder (Dois pequenos patos).
A: Sim, exatamente.

L: Qual a diferença entre a Agnetha que estava no ABBA e a Agnetha que está sentada aqui agora? O que mudou em você?
A: Eu sou provavelmente a mesma pessoa, mas estou muito mais segura hoje. Durante o período no ABBA tudo era muito confuso, mais ou menos caótico, ser capaz de lidar com esse trabalho e, em seguida, ter que cuidar dos filhos em casa e um monte de outras tarefas cotidianas. Quando éramos mais agitados com o ABBA, os nossos filhos eram muito pequenos, e tanto a mãe como o pai saíam com muita freqüência. Eu tinha constantemente a consciência pesada. E ainda por cima eram filhos do divórcio, então eles eram muito vulneráveis. E é desse jeito que muitas pessoas têm uma carreira e filhos ao mesmo tempo com 20 ou 30 anos. É um pouco difícil isso, mas você tem que fazer da melhor forma que puder. E você pode pedir ajuda das pessoas à sua volta se precisar. Eu tive que apostar porque era o que eu tinha, eu sentia que era aquilo o que eu queria fazer.

L: Você tem sido uma boa mãe?
A: Eu tenho tentado ser uma boa mãe. Penso ter sido. Mas é claro que não perfeita, mas espero que eu tenha passado para meus filhos alguns valores fundamentais.

L: Quais são estes valores fundamentais?
A: Bem, que eles se sintam seguros, para que possam aproveitar a vida, que se atrevam a fazer coisas. Não quero que os meus problemas afetem a eles. (risos) Quero que eles tenham uma vida em que se sintam bem.

L: Eu não tenho a impressão de que você é uma covarde.
A: Não, provavelmente não sou. Gosto de desafios.

L: Mas há talvez uma diferença entre ser covarde e ter medo.
A: Sim, acho que existe. Você pode respeitar, por exemplo, o meu medo de voar. Fico muito fascinada com os aviões que decolando no céu sabendo o quanto eles pesam. Como é que funciona com todos os parafusos e assim por diante? Tenho muito medo de que aconteça acidentes. Não me sinto bem quando minha família está voando. Tenho medo apesar de saber que é seguro. É assim que eu sou.

L: Eu encontrei um antigo vídeo em que você está andando com belos rapazes com uniformes de piloto e você canta "Opp, opp, opp". E chegam a um desses aviões Draken (avião militar). Não é irônico isto?
A: Sim, mas eu não tinha medo então. (risos)

L: Se você olhar para trás em sua vida, lembra de ter feito algo que fez você pensar "Uau, isso foi realmente corajoso da minha parte"?
A: Hmm. Eu não sou o tipo de pessoa corajosa que anda pulando de pára-quedas. (risos) Quem me dera fosse uma pessoa que pudesse dizer que começou mergulhando em alto mar, mas mas eu não sou assim. Eu não sou aventureira dessa forma. Eu acho que é corajoso não ter medo de mostrar seus sentimentos, atrever-se a expressá-los. Porque eu sou realmente uma pessoa sensível. Eu choro fácil e tenho os meus altos e baixos. Eu não sou uma pessoa que calcula seus passos, como muitas vezes li que devem ser as pessoas que trabalham nisso. Mas não creio que fui assim. Talvez possa ficar desse jeito. Ainda mais.

L: Mas você conseguiria ainda mais?
A: Não, talvez não.

L: Uma das músicas mais reveladoras do álbum é “Sometimes When I’m Dreaming”.
A: Sim, é uma das minhas favoritas.

L: Fale-me sobre essa canção.
A: Foi Art Garfunkel quem a cantou e por um longo tempo eu pensei que ele é que a havia escrito. E ela realmente me capturou, em parte pela melodia e em parte pelas letras, que são muito boas. Às vezes, pode ser como que algo está completo, quando a música e as letras andam juntas. É como se fossem escritas simultaneamente. Essa é uma dessas canções. E depois, quando fizemos algumas pesquisas descobrimos que não era ele quem havia escrito, em vez disso foi escrita por um inglês, Mike Batt.

L: Uma canção incrivelmente triste.
A: Sim, mais uma. É do tipo que eu gosto.

L: Eu primeiro me apaixono quando sonho.
A: Sim, exatamente.

LB: Bem...
AF: Bem...

(risos)

L: Existe uma coisa tão feliz quanto o amor?
A: O amor deveria ser feliz, mas infelizmente ele não é. Infelizmente há uma grande parte infeliz no amor. Então a pessoa que encontra sorte e amor é sortuda. E ainda ser capaz de lidar com isso. Mas eu acho que você tem que trabalhar isso.

L: E você pode sentir-se atraída por isto. Você pode sempre sonhar.
A: Sim. Acho que você pode se permitir. E é bom sentir-se atraído.

L: Você consegue?
A: Sim, consigo.

L: Não te interessa o que as pessoas pensam?
A: Isto se torna menos importante com o tempo, eu acho, porque às vezes eu sinto que eu quero apenas ser eu mesma. Eu não quero pensar no que os outros pensam de mim.

L: Você pratica (melhora) a sua autoconfiança?
A: Eu acho que você pode e que você deve fazer isso.

L: Você faz isso? Ou você sempre... Está confiante?
A: Hum, eu ficou ofendida com as críticas muito facilmente, especialmente quando se tratam de críticas injustificadas. Acho que eu sei fazer algo da melhor maneira possível, dentro dos meus limites. Mas eu não sou muito confiante no que toca a mim mesma, quando estou no palco. Sinto-me um pouco insegura quando se trata disto, já que se trata do meu trabalho lá fora.

L: Mas ao mesmo tempo você parece saber muito bem o que quer.
A: Sim, eu sei o que quero, mas é difícil para mim exprimir isso com gestos. Sinto-me bastante tensa.

L: Mas você não pode trabalhar isso?
A: Sim, penso que posso. Se eu me sentasse aqui dando entrevistas todos os dias, então em cerca de uma semana seria muito mais fácil. Eu provavelmente seria realmente divertida então.

(risos)

L: Mas você não é muito engraçada do jeito que você é?
A: Sim, talvez, às vezes.

L: Você gostaria de uma pitada de rapé?
A: (risos) Esta foi provavelmente a entrevista mais engraçada que fiz.

***

O especial "Agnetha" foi exibido em 2004 na Alemanha, Finlândia, Suécia, Dinamarca, Holanda, Estônia e Polônia.

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Agnetha, Happy New Year!




sábado, 20 de dezembro de 2008

"Nós não mudamos apenas porque Agnetha é mundialmente famosa"

Matéria publicada no Hemmets Journal, em março de 1976. Os pais de Agnetha, Ingvar e Birgit, e sua irmã Mona são entrevistados por Eva Bågenholm

Sua mãe Birgit trabalha em Konsum. Seu pai Ingvar ainda é um administrador na companhia elétrica. Sua irmã mais nova Mona, 21 anos, substituiu Agnetha no cargo de telefonista da operadora telefônica.
E todos eles dizem: É ótimo que Agnetha esteja ganhando muito dinheiro - bom para ela. Mas não vamos nos envolver com o sucesso do ABBA. Vamos fazer o que fizemos sempre - vamos entrar no ônibus de volta para Jönköping após nossa visita a Agnetha em Estocolmo!
A família Fältskog fala pela primeira vez sobre como se sentem ao ter uma filha que hoje é uma celebridade mundialmente famosa.
O ônibus partirá para o sul de Småland. Alguns passageiros curiosamente olham para uma mulher jovem e seus pais, que acenam para Agnetha Fältskog e Björn Ulvaeus - metade do ABBA - em Estocolmo.
Sim, é a irmã mais nova de Agnetha, 21 anos, e seus pais Birgit e Ingvar que estão de volta para casa em Jönköping depois de terem passado o fim de semana com Agnetha, Björn e sua filha Linda, de quatro anos.
Agnetha agora é multimilionária, assim como os outros três membros do ABBA - seu marido Björn Ulvaeus, Benny Andersson e Annifrid Lyngstad. Ainda assim seus pais e sua irmã viajarão de ônibus – Afinal é mais barato. Por quê?
Birgit e Ingvar ficam tristes quando é feita essa pergunta.
- Nós não queremos ajuda financeira do ABBA, entende? Nós queremos viver as nossas próprias vidas sem ter que depender do dinheiro da Agnetha, fala Birgit séria.
-Talvez isso fosse diferente se Agnetha estivesse em carreira solo e não tivesse uma família. - Ingvar acrescenta.
- Quando ABBA venceu o Eurovision em Brighton alguns anos atrás muitos de meus colegas em Konsum disseram-me "agora você provavelmente não terá que trabalhar novamente", lembra Birgit.
- Eu fico triste quando as pessoas pensam que eu quero ser apoiada financeiramente pelas minhas filhas! Além disso, gosto de trabalhar em Konsum e ficava entediada em ficar em casa durante todo o dia depois que as garotas se mudaram.
Ingvar e Birgit concordam que eles podem manter-se financeiramente, e também manterem sua integridade como pais. No início de carreira de cantora de Agnetha, Ingvar a acompanhava nas excursões às vezes e também cuidava de suas finanças. Quando ABBA foi descoberto, Agnetha já era casada com Björn e nunca houve qualquer discussão sobre Ingvar largar o emprego dele de administrador na empresa para poder cuidar das finanças do quarteto.

Fartos de música...

Agnetha pediu a seus pais para irem a Estocolmo para que eles se vejam com mais frequência.
- Mas nós nos sentimos perdidos na cidade grande, você pode notar que somos da zona rural - diz Ingvar com um sorriso tímido.
- Nós temos vivido em Jönköping a vida toda e vai continuar desse jeito. Nós temos os nossos empregos lá e Mona precisa mais de nós do que Agnetha - diz Birgit.
Mona não tem nada contra mudar-se para Estocolmo, mas seu marido Ronny Ericsson se recusa a pensar nisso. Ele não quer deixar o seu emprego como taxista e a "Hugget som stucket", uma banda local onde ele toca nos fins de semana. Birgit e Ingvar gostam muito de cuidar de seu neto Mattias, que acaba de completar dois anos.
Quando Mona era mais nova Agnetha ensinou-lhe a tocar piano, mas ela realmente não gasta seu tempo tocando música.
- Eu provavelmente estou cansada de música desde a época em que Agnetha cantava o dia todo. Ela é muito boa nisso, e eu cedo percebi minhas limitações.
Mas Agnetha não é a única Fältskog que sonhou com a fama e o sucesso nos palcos! Pode-se dizer que provavelmente ela se identificou com o sonho que seu pai Ingvar tinha na juventude. Ele começou a escrever e montar vários shows de variedades no final da década de 1930 e continuou até o Réveillon de 1950, poucos meses antes de se tornar o pai de Agnetha.
- Eu provavelmente sofri falta de confiança e musicalidade, e porque shows de variedades nunca se tornaram grande coisa. Realizamos na sua maioria em Jönköping e ganhamos o suficiente para cobrir os custos, mas nada mais. Birgit ajudou um pouco, mas ela nunca subiu ao palco. O maior problema era o de reunir o conjunto. O que raramente acontecia com o "balé das garotas", porque os seus namorados ficavam chateados com o fato delas nunca terem muito tempo de folga.
O maior sucesso foi o show de variedades "Smatt och Gott", que estreou em Folkets Park em Jönköping, no verão de 1945. O grupo constava de, além de Ingvar, catorze talentos locais, que apresentaram números, dançaram balé e cantaram tão bem quanto puderam.
Às vezes Ingvar compunha algo e foi ele quem escreveu uma valsa que Agnetha gravou em 1968: "En Sommar med Dej".
- Mas agora ela não cantaria qualquer coisa escrita por mim, diz Ingvar quase contente.

O pior pesadelo

Ingvar apesar de não acreditar nas suas próprias habilidades, junto a Birgit sempre apoiou a filha mais velha na escolha do trabalho.
- Nós nunca imaginamos que ela iria se tornar uma celebridade famosa, mas ela era extremamente interessada em música e realmente aproveitou tudo o que lhe proporcionamos, diz ele.
Precocemente eles notaram que Agnetha era talentosa. Ela ganhou seu piano quando tinha sete anos e em pouco tempo aprendeu a tocar. Dois anos antes tinha realizado sua estréia, na festa de Natal da companhia elétrica. Mas as coisas correram muito mal! Não que ela tenha esquecido o inglês da letra de “Billy Boy", ou alguma dificuldade com a melodia - não, o que aconteceu foi o pior dos pesadelos para quem está se apresentando - o cós de suas calças quebrou no meio da canção, então ela teve um difícil momento!

Svensktoppen

Um grande artista não deixa que quaisquer circunstâncias externas interrompam a performance - o show tem que continuar, e Agnetha cantou toda a música, apesar do incidente embaraçoso!
A professora de música da escola incentivou Agnetha a continuar com a música e com quinze ela tocou cravo solo na igreja de Kristinakyrkan em Jönköping. Um ano depois ela mudou de estilo e começou a excursionar com a orquestra Enghardts, que tocava jazz e músicas para dançar. Naquele momento ela estava no último ano de escola e cantava nos fins de semana.
- Eu ficava terrivelmente nervoso quando ela saía em turnê de ônibus naquelas noites de sábado, diz Ingvar. Dezesseis anos é uma idade perigosa para rapazes e eu estava preocupado por ela ter que ficar em um hotel com todos aqueles caras.
- Você não tinha que estar preocupado com Agnetha, ela não prestava atenção em nenhum deles. Oh não, não havia nada grave acontecendo! - Diz a mãe, que provavelmente conhecia a filha um um pouco melhor.
Quando Agnetha terminou seus estudos, continuou cantando com a orquestra Enghardts à noite enquanto trabalhava como telefonista durante o dia.
- Ela cansou-se tanto que adormeceu no quadro de distribuição e nós não gostamos disso.
E como já era tempo de Agnetha escolher entre a música e seu trabalho diurno, a resposta da Cupol chegou. Os membros da orquestra Enghardts tinham enviado uma gravação em cassete e o produtor ficou interessado na voz da cantora.
Então o Carrossel começou a girar. Agnetha gravou várias canções e entrou para a Svensktoppen com sua própria composição “Jag Var Så Kär”. Era 28 de janeiro de 1968.
- Ficamos muito orgulhosos, Ingvar diz.
- Quando Ulf Elfving entrou no ar e disse que ela tinha entrado na posição número três nós choramos lágrimas de alegria, diz Birgit.
E apesar de tudo correr tão bem para Agnetha, Birgit não se atrevia a acreditar que sua filha seria capaz de ganhar a vida com música por um longo tempo. Mais duas músicas e depois ela provavelmente estaria de volta em Jönköping novamente, Birgit costumava dizer aos amigos.
Mas uma vez quando voltou de uma visita a Agnetha em Estocolmo, disse Ingvar a Birgit:
- Eu realmente acho que Agnetha é maior do que nós acreditamos! Eu vi um anúncio de carro em Estocolmo com o nome dela em um grande sinal!
Foi o recorde de vendas da empresa de automóveis que impressionou muito Ingvar, apesar de sua filha já ter aparecido em vários programas de TV e tido sucesso nas paradas da Suécia e Alemanha!

“Agora estamos acostumados"

Mas o grande sucesso veio mesmo quando Agnetha se uniu a Björn. Eles colocaram suas músicas junto com Benny e Annifrid e assim o grupo de maior êxito na história da Suécia – ABBA - nasceu.
Após a vitória de Waterloo em Brighton no dia 6 de abril de 1974, o quarteto logo se tornou mundialmente famoso por suas músicas compostas por eles mesmos e sua performances profissionais nos palcos.
- O Eurovision Song Contest foi mais emocionante do que uma partida de futebol na televisão, Ingvar lembra.
Como é que os pais reagem quando sua filha de repente se torna mundialmente famosa?
- No início é claro que ficamos muito orgulhosos, mas agora estamos nos acostumando. Se tornou uma rotina agora, diz Ingvar.
- Sim, atualmente nós não falamos de ABBA e suas aparições quando nos encontramos ou nos falamos ao telefone. Temos tantas outras coisas para falar, que são mais importantes, diz Birgit.
Agnetha convida seus pais sempre que está na Suécia com bastante frequência. Principalmente Ingvar e Birgit é que viajam até Estocolmo. O que é mais importante para Birgit e Ingvar do que o sucesso mundial é saber que Agnetha está se sentindo bem, que o frio é melhor e que ela não tem mais dor de garganta. Isso significa mais para um pai e uma mãe, que sua filha esteja saudável e feliz, do que saber de seu novo recorde de três milhões de discos vendidos na Austrália.
- Às vezes falamos da decoração da casa, que todos sempre nos interessamos e Agnetha fala do mobiliário e cortinas que comprou para sue nova casa em Lidingö, para onde eles se mudaram.

Seu genro é perfeito!

E é muito importante que Björn e "Lindusen" estejam muito saudáveis. Eles não têm que se preocuparem com Linda quando Agnetha e Björn quando estão viajando, porque ela é cuidada por uma babá maravilhosa, cujo nome é Bitte.
Seu genro Björn é perfeito, acham Birgit e Ingvar.
- Ele é fantástico! Não há nada que ele não saiba fazer em casa. Ele realmente cozinha melhor do que Agnetha, diz Birgit.
- Quando nós os visitamos ele sempre espera por nós. Ele passa várias horas preparando incríveis pratos na cozinha. Nós estamos muito impressionados, especialmente porque ele cuida de Linda de uma forma fantástica. Não pode existir um homem melhor!
Ingvar e Birgit estão naturalmente muito satisfeitos por sua filha mais velha trabalhar com o que ela gosta mais, a música. Mas para eles ela não é uma celebridade, em vez disso, é a mesma Agnetha de sempre. Uma mulher como as outras que tem uma visão positiva sobre a vida.
No início foi maior a reação dos amigos em torno do sucesso de Agnetha, mas parece que agora já se acostumaram. Às vezes, os empregados de Ingvar e Birgit lhes pedem para que diga para onde eles estão viajando e as últimas notícias sobre as músicas. Muitas vezes eles querem discutir artigos jornalísticos sobre o ABBA e sobre o que eles estão interessados em geral.
Mas eles não conseguem evitar os aspectos negativos da fama. Muitas vezes os fãs pedem o número de telefone de Agnetha, em vez de procurarem a empresa discográfica Polar Music, em Estocolmo. Ingvar e Birgit estão pensando em ficar com o número de telefone fora da lista.
Também acham que é triste que Agnetha nunca é deixada só quando chega em casa de uma visita.
Mesmo que mude o penteado e use óculos escuros, alguns jovens muitas vezes reconhecem o seu ídolo e logo ela está cercada por uma centena de alunos que querem autógrafos. Muitas vezes, os elevadores são bloqueados e crianças de tenra idade nas varandas gritam por ABBA, quando ela está em casa.

- Isso faz parte, nós vamos ter de aturar isso enquanto o ABBA for famoso. O pior é que temos sofrido com a curiosidade dos suecos. É como se as pessoas não compreendessem que não somos financeiramente apoiados pelo ABBA, diz Ingvar. - Às vezes escuto as pessoas atrás de mim dizendo que admiram o que estamos fazendo com todo o dinheiro, diz Birgit.
Uma vez que eles estão de volta a Jönköping, Mona vai para casa encontrar Ronny e Mattias e Ingvar e Birgit vão para seu apartamento de quatro quartos na área de Ekhagen área. Talvez eles vão cantando I do, I do, I do, I do, I do. Isto relembra os dias românticos quando Ingvar assoviava para Birgit do lado de fora de casa...


Fonte: Agnethaarchives

ABBA em tópicos - Algumas notícias recentes

O Daily Goss do Reino Unido relata que a letra de “Arrival”, que aparece no novo álbum de Sarah Brightman, "A Winter Symphony", foram dadas a ela pessoalmente por Björn Ulvaeus. Aparentemente é uma letra que não foi utilizada na época em que a canção foi composta (1975). "Foi uma honra receber essa letra de “Arrival” de Björn", disse Sarah. "Essa música instrumental é uma das minhas favoritas e, claro, eu amo ABBA".

O filme musical “Mamma Mia!” tornou-se o maior sucesso de bilheteria do Reino Unido, desbancando “Titanic”, de 1997. Com faturamento em torno de 69 milhões de libras, o recorde foi alcançado apenas alguns dias após as duas indicações ao Globo de Ouro, melhor filme (musical ou comédia) e melhor atriz (comédia ou musical, para Meryl Streep). O filme tornou-se nº 1 em 15 países. David Kosse, presidente da Universal Pictures International, disse que quebrar esse recorde é “verdadeiramente fenomenal”. E acrescentou: "Este filme tem excedido as nossas expectativas e encantado platéias ao redor do mundo desde a sua abertura em julho." “Titanic”, estrelado por Kate Winslet e Leonardo DiCaprio, havia arrecadado 69.025.646 de libras até sair das salas de cinema em 1998. “Mamma Mia!” excedeu essa arrecadação um pouco (69.066.035 de libras) e ficou em primeiro, enquanto que “Harry Potter e a Pedra Filosofal” ficou terceiro lugar com 66.096.060 de libras. A cerimônia do 66th Annual Golden Awards em que serão anunciados os vencedores acontecerá no dia 11 de janeiro de 2009 em Los Angeles, Califórnia.

O hit musical australiano “Priscilla, a Rainha do Deserto” terá a sua estréia européia em março no Palace Theatre em Londres. A estréia norte-americana ocorrerá no outono de 2009 em Toronto, Canadá. O musical é baseado no filme ganhador do Oscar em 1994 "As Aventuras de Priscilla, a Rainha do Deserto", que incluía muitas referências ao ABBA e canções. Uma produção sueca está prevista para 2010.

Benny Andersson confirma apresentações do musical “Kristina” no Carnegie Hall, em Nova York. A versão em inglês do musical “Kristina från Duvemåla” deverá ser apresentada nos dias 23 e 24 de setembro de 2009, segundo entrevista concedida por Benny Andersson à estação de rádio na internet Sirius.

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Agnetha recebe homenagem na Suécia

Em 28 de maio de 2007, Agnetha foi nomeada membra honorária da Swedish Musician's Union (União dos Músicos Suecos), assim como Per Gessle (da dupla Roxette). Não existem muitas fontes noticiando o fato, mas as fotos acima são o registro do evento. A foto maior, que mostra a cara de surpresa e alegria da Agnetha, só foi divulgada há dois dias apenas (16/12).

Ela merece tamanho reconhecimento pelo seu trabalho maravilhoso!

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Fotos da infância da familia ABBA





















































sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Entrevista para a TV com Agnetha em 2004 traduzida

No dia 18 de dezembro de 2004, Agnetha apareceu no Canal 4 em um programa chamado Nyhetsmorgon, e deu uma entrevista a Lasse Bengtsson. A entrevista foi feita na semana anterior em um dos domicílios de sua propriedade, e há uma breve apresentação de Agnetha, Lasse e seu cão a andar na estrada.

Lasse Bengtsson: ABBA é incomparavelmente um dos maiores grupos musicais do mundo, eles venderam muitos discos, quase 400 milhões. Eles explodiram há 30 anos, em Brighton com "Waterloo". O interesse pelo ABBA é enorme, e não menos por Agnetha Fältskog, que é a mais solitária das estrelas. Tenho falado com ela ao longo desses 4 anos e outro dia tive uma conversa com ela, mais uma conversa.
Por favor, notem que ela não viu as perguntas com antecedência e não viu a edição até agora.


Toca trecho de "Om Tårar Vore Guld"

LB (Lasse Bengtsson): Bem, Agnetha, como eu estava dirigindo outro dia e ouvi esta música e outras antigas canções suas vou começar por esta. Olá!
AF (Agnetha Fältskog): Olá Lasse!

LB: Então pensei: como você escreveu boas canções.
AF: Sim, escrevi.

LB: Onde é que elas estão hoje em dia?
AF: Em algum lugar aqui dentro de mim e ao meu redor.
(Diz apontanto para sua cabeça).

LB: Mas você não escreve mais nada agora?
AF: Não, eu não componho muito atualm
ente.

LB: Por que não?
AF: É como se tudo isso estivesse fora de mim durante todo esse tempo. Eu era muito produtiva, com as minhas próprias músicas e letras, por isso havia muita inspiração naquela época.

LB: Mas elas são todas tão tristes. Porque elas são assim?
AF: Bem, eu não sei. Mais tarde, alguém escreveu as letras. Tornei-me demasiado crítica quanto a elas.

LB: Ah, foi mesmo?
AF: Sim, sempre fui muito crítica.

LB: Tem sido sempre crítica de si mesma?
AF: Sim, tenho. Muito. Principalmente quando se trata das minhas letras. Há muitas que eu não gosto muito, penso que são muito ingênuas.

LB: Mas você lançou na primavera passada o seu primeiro álbum em muito tempo.
AF: Sim.

Trecho do vídeo "If I Thought You'd Ever Change Your Mind"


LB: O que você pensa quando ouve isto agora?
AF: Isto é bom.

LB: Qual o motivo de você voltar com um álbum?
AF: Bem, foi um longo processo, que durou dois, três, quatro anos em que a idéia ficou comigo até que comecei a gravar. Eu senti que não havia feito tudo ainda, que eu tinha de fazer mais algumas músicas e gravar outro álbum. Estava muito empolgada com estas canções dos anos 60 e foi muito divertido, foi uma viagem nostálgica para mim. E eram canções antigas que eu tinha esquecido e que voltaram para mim. Estas canções me marcaram muito, foi como revivê-las novamente. E é claro que você se lembra de coisas que ocorreram nesse período de sua vida.

LB: O que fez com que estas canções marcassem você?
AF: Essas músicas apareceram quando eu estava na adolescência e este é um período sensível, quando você está muito aberto às impressões do que está acontecendo.


LB: O que você gostava quando era adolescente?
AF: Bom, eu acho que eu era como a maioria dos adolescentes. Houve rapazes, sonhos e eu trabalhava muito. Eu comecei a cantar com uma orquestra de baile e que viajava para tocar música e dançar, comecei a fazer isso quando eu tinha 15 anos.

Toca trecho de "Utan Dej"

LB: Você se lembra desse tempo, que sonhos e pensamentos tinha sobre a música que você fazia então? Quais foram os seus objetivos com a sua música naqueles dias?
AF: Naquela época eu só queria realizar aquilo provavelmente porque eu senti que tinha uma voz e que era divertido ver que as pessoas gostavam de dançar a nossa música. Mas a minha ambição era mais tarde gravar algo, para tornar-me uma cantora, esse era o meu sonho.

LB: Por que você quis isto?
AF: Bem, foi provavelmente em conexão com a sensação que eu tinha uma voz, e eu sabia como compor e escrever músicas e algumas letras às vezes, então eu senti que esse era provavelmente o meu trabalho.

LB: Mas você não era tímida nessa época, era?
AF: Eu era muito tímida.

LB: Você era?
AF: Sim, e ainda sou hoje. É provavelmente por isto que me sinto um pouco ansiosa ao fazer uma entrevista como essa. Não está no topo da minha lista de desejos.
(sorrisos)

LB: Sim, eu percebi isso.
AF: Sim, exatamente.

LB: Mas você ainda vai fazê-la?
AF: Sim, eu farei. Provavelmente porque eu não quero parecer estranha quando tenho algo novo para apresentar, então eu também quero falar sobre isso. Se você chegar perto demais da minha vida privada é que começará a ficar desconfortável para mim.

LB: Mas o que fez com que fosse quebrado esse isolamento, você poderia dizer, você tinha parado e, em seguida, voltou para a ribalta novamente. Como você acha que foi isso?
AF: Eu estava um pouco preocupada com isso, uma vez que tinha sido tantos anos que eu não sabia se a minha voz ainda estaria lá, e era difícil com a minha voz no começo e é fácil criar um temor do microfone, porque você está tão perto dele quando você canta e todo ruído e cada respiração pode ser ouvida. Então, há uma determinada técnica e um certo obstáculo a superar.

LB: Você também sente que exigiu muito de si.
AF: Sim.

LB: Mas em algum lugar foi exigido que você tinha que aparecer em público em relação ao álbum.
AF: Não, nunca houve nenhuma exigência. Uma vez que deixei muito claro ao dizer que eu posso fazer isto e isto, e eu quero fazer isto e aquilo, mas não posso viajar e aparecer na TV e trabalhar da mesma forma que fiz no passado. Isto seria muito difícil para mim. Então eu acho que todo mundo entendeu isto.

LB: Então é por isso que você escolheu não dar várias entrevistas públicas e realizar uma conferência de imprensa, e assim por diante?
AF: Sim. Porque exigiria demais e não consigo lidar com isto atualmente.

LB: Em relação a isso, o que deixa você desgastada?
AF: Bem, eu não sei. Existem várias situações que me deixam nervosa. É a ansiedade e eu também pretendo apresentar uma boa imagem de mim mesma e assim por diante. E então eles não trabalham sempre desse jeito. A imprensa tem uma imagem sobre mim que às vezes não condiz com a realidade. E então eu penso "Deus, agora eu tenho que tentar corrigir isso e mostrar como eu realmente sou", e isso causa muita tensão.

LB: Você acha que você é tratada de uma maneira ruim pela imprensa?
AF: Sim, eu penso assim, de vez em quando. E muitas vezes eles estão errados e exageram a meu respeito.

LB: Você tem um exemplo?
AF: Bem, o que posso dizer. Eu já passei por isso tantas vezes.

LB: Qual foi o pior delas?
AF: Eu realmente não sei qual é a pior. Mas uma delas foi quando estávamos voltando para casa da Inglaterra e eu estava viajando em um ônibus porque eu não quis voar e lá estávamos alguns de nós. Então nós sofremos um acidente com o ônibus, ele capotou e eu voei para fora através de uma janela e isto foi muito noticiado nos jornais. E em seguida disseram que eu estava fazendo um filme com Gunnar Hellström, “Raskenstam", e que eu estava grávida e, em seguida, eles entrevistaram alguns médicos e escreveram "Pode um feto estar apenas ferido em um acidente como este?". Mas no filme eu interpretava uma mulher grávida e isto foi transformado em realidade, as pessoas foram muito tolas em acreditar que eu estava grávida na vida real. E é incorreto histórias como esta que fazem as pessoas acreditarem em algo que não acontece na realidade. Escreveram sobre mim, por exemplo, que eu me isolei em Ekerö, mas eu não fiz isto. Em vez disso, criaram essa imagem de mim porque não apareço muito. Mas essa não é a minha realidade.

LB: Mas já que você acha que é mal interpretada, como se descreveria?
AF: (sorrisos) Bem, é muito difícil para eu dizer, mas acho que sou a mesma pessoa de sempre, comum. Claro que eu também tenho meus defeitos, mas sou uma pessoa muito simpática. Comum, normal. Curiosa sobre a vida e não gosto de stress. Eu tento que manter tudo muito quieto em torno de mim, tanto quanto eu puder. Não é tão fácil, hoje em dia. Eu me estresso facilmente e sou também uma pessoa muito ansiosa.

LB: O que tem preocupado você?
AF: Tudo. (sorrisos) Não, não tudo, mas fico facilmente ansiosa em diversas situações. Tenho medo de que algo possa acontecer a alguém próximo. Sou uma grande amante dos animais. É difícil para mim olhar fotos de crianças e animais sendo maltratados, não posso lidar com isso emocionalmente.

LB: Bem, Vilma disse que você é uma verdadeira amante dos animais.
(Vilma é o cão de Lasse que aparece no início, ela está deitada no chão ao lado deles).
AF: Sim, ela é tão fofa que está ali deitada no chão.

LB: Ela gosta de você. Mas sobre essa história de Garbo, como surgiu?
AF: Não, isto não foi algo que eu tenho dito, mais uma vez é algo que a imprensa tem criado e o motivo eu não sei. Mas é provavelmente um castigo porque eu não apareci o suficiente. E então eu costumo dizer que sou mais original do que uma imitação ruim.

LB: Gostaria de saber o que acontece quando você aceita dar uma entrevista, porque como eu entendi, isto não é completamente difícil para você.
AF: Não.

LB: Diga-me o que acontece.
AF: Bem, eu tentei ser bastante coerente ao receber vários pedidos, provenientes não só da Suécia, mas de outros países também. E eu acho que é ainda mais desconfortável dar uma entrevista em Inglês e não ter um bom domínio da língua. Mas isso é culpa minha.

LB: Você sente que o Inglês é um problema?
AF: Sim, ele realmente é. Minha língua realmente fica presa. Então, eu desisto. E é o que aconteceria se eu aceitasse fazer uma entrevista durante os últimos 9-10 anos que se passaram como eles queriam.

LB: Como é um dia normal na sua vida?
AF: Bem, nestes dias tem sido bastante calmo. Gosto de estar ao ar livre, ir para vários passeios e tento passar muito tempo com meus filhos, eu também agora tenho uma neta e é uma experiência incrível.

LB: Recentemente?
AF: Ela vai em breve completar 4 anos. Portanto, é uma alegria incrível, de verdade. Eu também leio um pouco e vejo TV.

LB: O que você tem lido?
AF: Eu não tenho lido tantos livros como costumava, mas leio jornais e eu gosto de ver noticiários e programas em que você aprende alguma coisa.

LB: Você vê filmes e que tipo de música você escuta?
AF: Eu não vejo TV muito, mas de vez em quando eu gosto de ver filmes, há aqui uma pequena mosca. (sorrisos) Ela quer estar aqui o tempo todo. É muito, muito raro eu ir ao cinema. Já faz muito tempo desde a última vez, na verdade.

LB: Você já viu um filme e lembra que você gostou?
AF: Não, mas há muitos que eu gostaria de ver, eu estou um pouco por fora.

LB: Por exemplo?
AF: Por exemplo, "Moulin Rouge", com Nicole Kidman, eu gostaria de ver este, e ainda não vi.

LB: Mas o que acontece, você nunca vai a Estocolmo, você pode passear livremente, anda por aí, entre outras pessoas?
AF: Ah sim, eu faço. Com certeza. Mas é claro que eu tenho que estar atenta às vezes.

LB: O que acontece quando você aparece em público?
AF: Realmente não muita coisa. Noto que as pessoas reagem e me reconhecem, mas, muitas vezes isto é muito tranqüilo. Às vezes alguém me aborda se eu estiver em um restaurante para pedir um autógrafo. Mas não há problemas. Não há nenhuma comoção.

LB: Mas você acha que é desconfortável estar entre o público em uma cidade grande, por exemplo?
AF: Não, não muito. Não é nada que me incomode, mas pode ser divertido ir às compras e às vezes satisfazer algumas pessoas. E eu também faria isso. Mas como eu disse anteriormente, penso que é bom quando tudo está quieto e acho que há muito barulho (na cidade).

LB: Você é sensível a sons?
AF: Sim, eu sou muito sensível. Especialmente se houver uma grande quantidade de ruído, ao mesmo tempo. Então fico extremamente estressada.

LB: De onde veio isto? Foi sempre assim?
AF: Não, isso é algo que vem aumentando com o tempo. Eu posso ouvir música em volume muito alto, mas eu não posso lidar com uma grande mistura de sons em conjunto. Sou muito sensível em relação a isso.

LB: O que é que os animais significam para você?
AF: Os animais? Eles representam muita coisa. Eles significam serenidade e harmonia e é bom estar com eles.


LB: Você tem uma relação especial com os animais? Pode falar com eles?
AF: Sim, de alguma forma penso que posso. Você pode entender um pouco isso porque tenho vários cavalos na minha propriedade.

LB: Pode ouvir o que eles dizem?
AF: (sorrisos) Bem, seria demais. Eu provavelmente não posso dizer que eu posso falar com os cavalos porque posso ter problemas depois.

LB: Mas pode quase falar com eles?
AF: Praticamente sim. E se eu estou com certo estado de espírito, pode ser bom eu ir falar com eles.

LB: Eu pergunto, fazer amigos para Agnetha Fältskog e criar novos contatos, ou seja, novos amigos, isto é difícil?
AF: Difícil? Essa é uma pergunta complicada. Pode ser. Você nunca sabe realmente o que as pessoas pensam sobre você e talvez eles tenham noções preconcebidas sobre a sua pessoa. Eu realmente não tenho uma grande necessidade de ter um grande, grande grupo de amigos, em vez disso acho que de alguma forma me tornei solitária. Eu atualmente me comparo ao touro Ferdinando algumas vezes, que se senta no carvalho. Por isso me acho um pouco parecida com ele.

LB: Você está agora exposta a estranhos? Nós lemos nos jornais que isto tem acontecido com você.
AF: Bem, este é também um aspecto desagradável desta profissão e da fama, que você tem que agüentar muito, não só eu, sei que posso compartilhar esse problema com muitas categorias diferentes de trabalho. Então eu recebo muitas cartas e coisas estranhas de pessoas que são um pouco desagradáveis.

LB: Do mundo todo?
AF: Sim. E você não pode levar para o lado pessoal. Nem todas as cartas que recebo são bonitas. Mas é importante não levar para o lado pessoal, mas entender que esta pessoa não está bem.

LB: O homem que perseguia você, ainda tem problemas com ele?
AF: Eu não sei se posso falar muito sobre ele, acho que não vou. Eu não posso devido a razões de segurança. Então eu quero deixar pra lá.

LB: Isto é algo que incomoda você?
AF: Sim, é. Mas é assim, se você passa muito por isso, então você começa a ficar endurecido em diversas situações. Isto faz com que nos sintamos às vezes incomodados com tudo o que vem através da fama.

LB: Seus filhos foram afetados com isso?
AF: Não, acho que as coisas têm corrido bem. Mas, claro, eles foram pequenos um dia e foi um pouco áspera aquela época, para todos nós, desde que nos tornamos uma família divorciada. Eram muito pequenos, com 5 e 1 ano de idade. Mas isso foi há muito tempo.

LB: Mas quando você olha para trás, em retrospecto, você acha que deveria ter feito as coisas de outra maneira? Que você deveria ter feito o máximo? Você entende o que digo? Para não haver toda essa histeria em torno de Agnetha Fältskog depois de tudo. Isso é uma coisa que acontece porque você não aparece com muita freqüência.
AF: Bem, pelo menos não é algo que eu tenha criado propositadamente ou calculado, que eu tenha me tornado uma pessoa misteriosa, pelo contrário, esta é uma imagem que foi criada devido a, como você diz, eu não aparecer muito. Mas é porque na verdade não gosto desta coisa de sentar e conversar. Mas com a idade a gente passa a revelar mais sobre si mesmo.

LB: O que você quer dizer com isso?
AF: Bem, você pode ser capaz de falar de coisas que não podia falar antes. Porque a sensação é como se você pudesse ser capaz de compartilhar suas experiências de vida. Isso talvez possa comprovar que realmente não sou tão misteriosa ou estranha, mas sou uma pessoa completamente normal.

LB: Será que podemos interpretar isto como uma espécie de retorno de Agnetha ao grande público?
AF: Não, as coisas não são bem assim. (sorrisos)

LB: Como você explica o fenômeno ABBA hoje? O que você acha desse fenômeno?
AF: Incrivelmente isto significou muito para todos nós, obviamente. E também sinto uma enorme gratidão por ter sido uma parte disso. E lá estávamos nós trabalhando muito durante um período de 10-12 anos que passaram muito rápido, acho que se eu pudesse ter abrandado um pouco mais eu continuaria por mais uns 5 anos, eu preferia ter feito as coisas dessa forma.

LB: Levar as coisas em um ritmo mais lento para durar um pouco mais?
AF: Sim, exatamente.

LB: Tudo isso foi muito intenso?
AF: Sim, acho que foi muito intenso.

LB: O que você acha que foi mais difícil?
AF: As viagens.

LB: Por isso você está com medo de voar.
AF: Sim.

LB: Ainda?
AF: Sim, ainda estou com muito medo de voar. Isso é algo que você deve ter lido muito na imprensa, de que estou com medo de voar. E eu tenho este medo inerente, que te falei anteriormente, de que irá acontecer uma catástrofe ou algo parecido. Isso é o que eu sinto. Não é que eu não tenha a capacidade de compreender que é seguro voar, mas é a insegurança dentro de mim quando eu sento ali, que não posso fazer nada. E talvez seja porque sou uma pessoa um pouco controladora.

LB: Você quer estar no controle das coisas?
AF: Sim, e é difícil deixar de ser assim. Mas acho que estou de alguma forma tentando tornar-me um pouco diferente. Talvez eu pilote um belo dia, você nunca sabe.

LB: Quando você voou pela última vez?
AF: Provavelmente foi há uns 15 anos atrás, eu acho.

LB: Está falando sério?
AF: Sim. Talvez 10.

LB: Então você nunca viaja ao estrangeiro?
AF: Não. Mas você também pode viajar de carro.

LB: Mas qual foi a coisa mais divertida sobre o ABBA? Qual é a sua maior lembrança? Porque não foi apenas muito trabalho, houve alegria também.
AF: Havia muita alegria. Todos compartilhavam da tensão pesada antes de ir para o palco, e havia muito nervosismo. A sensação de compartilhar era boa para os quatro, o que ajudava a suportar essa carga. E se uma de nós se sentia um pouco mal era empurrada pela outra para fazer mais no palco. Frida e eu fizemos muita coisa juntas e uma ajudava a outra, embora ao mesmo tempo fôssemos concorrentes no palco.

LB: Algumas vezes falaram que existia uma rixa você e Frida. Isto é verdade?
AF: Não, mais uma vez é algo inventado pela imprensa. A maior parte do tempo éramos de acordo, mas tendo diferentes personalidades, naturalmente aconteceram alguns desentendimentos. E nós éramos diferentes. Também tivemos diferentes vidas porque eu e Björn havíamos nos separado recentemente e continuamos alguns anos com o ABBA depois. E ainda tínhamos nossos filhos com 5 e 1 ano de idade, por isso o tempo todo eu tinha um peso na consciência quanto a eles. E foi muito duro ainda ter que fazer o que fizemos. Mas, não fomos muito longe nessa época. Nós ficávamos em casa por longos períodos para gastar o tempo com as crianças, o que realmente criou um situação contrastante - ao irmos a um hotel de luxo com suas suítes e a fabulosa vida de turista tínhamos que voltar para casa e banhar as crianças.

LB: Houve um momento particular, Agnetha, com o ABBA que você sentiu como "isto foi muito divertido"?
AF: Sim, eu digo que provavelmente foi quando vencemos com "Waterloo". Foi realmente incrível.

Cenas de "Waterloo" e fotos

LB: Mas você não ficaria na ponta dos pés hoje?
AF: Não, eu não.

LB: Essa foi uma resposta definitiva.
AF: Sim (sorrisos). Não, não sei. Mas é realmente agradável olhar para trás às vezes e eu não posso compreender isso. Parece uma outra vida, uma parte da minha vida vivida de uma forma diferente, e realmente é.

LB: Você poderia explicar, qual foi o motivo do rompimento do ABBA?
AF: Foi porque não acho que foi mais tão divertido. Eu sei que iríamos gravar um álbum em seguida. E não nos sentíamos como no passado, em vez disso, foi bastante duro. Estávamos divorciados, dois casais jovens, de modo que não foi a mesma coisa, mas continuamos mesmo após nossos divórcios.

LB: Mas não foi tão bom após os divórcios você quer dizer?
AF: Não, não foi.

LB: Qual é a melhor canção que o ABBA fez?
AF: A melhor canção? Acho que "The Winner Takes It All".

LB: Por quê?
AF: (sorrisos) É tão completa, tem um bom fluxo, do começo ao fim. Então eu acho que a música é muito boa. Acho que a letra é excelente.

LB: Tem uma mensagem bastante dura.
AF: Sim, é verdade. Mas eu gosto de cantar sobre isso.

LB: Você gosta?
AF: Sim, eu gosto de interpretar letras como essa.

LB: Mas, como eu entendi, você acha que o ABBA foi melhor no estúdio de gravação do que no palco.
AF: Sim, isso mesmo. Mas isso é mais uma vez a auto-crítica. Eu não gosto de nos ver no palco - Eu acho que é muito mais divertido ouvir-nos do que nos ver.

LB: Você mantêm contato com os outros hoje?
AF: Sim, tenho, um pouco. Mas não nos vemos muito.

LB: Björn?
AF: Sim, claro, pois ele é o pai dos meus filhos.

LB: Com que freqüência vocês se vêem?
AF: Nós do grupo você quer dizer?

LB: Não, Björn.
AF: Bem, eu não sei, eu realmente não gostaria de falar sobre isso. (sorrisos) Mas acontece de vez em quando, já que temos uma neta.

LB: O dinheiro - Você ainda ganha dinheiro com ABBA?
AF: Sim, ganho.

LB: Muito dinheiro?
AF: Sim, para mim o suficiente para viver. (sorrisos) Mas eu ganho. É claro.

LB: Mesmo com Björn e Benny, que ganham mais dinheiro por serem os compositores, existe uma renda estável para você duas?
AF: Sim. E também fizemos outras coisas. Frida também fez singles, o que estou dizendo, álbuns solo, assim como eu, então dá pra ganhar dinheiro com isso também.

LB: O que o dinheiro significa para você?
AF: Essa é uma questão delicada. Portanto, é quase como dizer que eu não quero falar sobre dinheiro, não quero falar sobre política e eu não quero falar sobre religião. Então é isso. (sorrisos)

LB: Por que delicada?
AF: Você tem que dar uma boa resposta para que as pessoas acreditem naquilo que diz. Porque uma coisa é estar na posição em que você tem dinheiro e outra é estar na posição em que você não tem. Então você tem de posicionar-se bem sobre o dinheiro, entende o que estou tentando dizer?

LB: Você está começando a abordar este tema, de qualquer forma.
AF: Sim (sorrisos). Mas estou feliz que tudo tenha ido tão bem. E, depois, se eu fosse dizer que o dinheiro não importa, então todo mundo iria perceber que eu estaria mentindo, porque é claro que ele é importante. Eu prefiro viver uma vida onde eu possa comprar as coisas que eu quero em vez de ser uma má pessoa. Mas você pode ser rico ou pobre de várias formas. Não quer dizer necessariamente que quando se tem dinheiro se tem tudo o que quer. Mas você pode ser rico, porque você tem uma vida rica (várias experiências). E eu sou provavelmente uma pessoa assim. Acho que sou a mesma pessoa hoje comparada a quando era jovem. E eu cresci em boas condições com minha mãe e meu pai, porém não tive o meu próprio quarto quando era jovem. Então eu sei o que se sente ao crescer não sendo pobre, mas ao mesmo tempo não ter o que a gente quer.

LB: O que dizer do futuro? O que pode acontecer com Agnetha Fältskog no futuro?
AF: Bom, quem sabe? Não sei. Às vezes penso que este foi provavelmente o último álbum que fiz. Mas então, eu sei como eu sou e pode ser que surja uma nova idéia. E sei que há muitos que acham que seria muito bom se eu escrevesse a minha própria música novamente.

LB: Sim, acho que sim. Você não pode fazer isso agora?
AF: (sorrisos) Não, eu não posso prometer nada. Eu não vou mais fazer promessas.

LB: O livro "Som Jag Är" saiu em 96. A autora deste livro disse há pouco tempo que ela estava pensando em publicar o material de suas conversas e reuniões que não foram publicadas antes. O que você acha disso?
AF: Isto seria terrível se ela o fizesse, mas neste momento eu não sei o que está acontecendo. Mas seria um crime terrível se ela publicasse, porque quando você trabalha em um livro em conjunto, nós falamos as coisas de forma confidencial. E também nós duas realmente trabalhamos neste livro, depois de conversas sobre diversos temas. E então eu quis tomar parte na edição, por isso apaguei trecho que eu acho que não deveriam ser publicados. E é provavelmente o que ela quer publicar agora.

LB: Você está tendo algum contato com ela agora?
AF: Não, e eu não quero tanto. Meus conselheiros vão fazer isso. Infelizmente. É assim que deve ser feito.

LB: Você é uma pessoa feliz hoje?
AF: Não é uma pergunta fácil.
(sorrisos)

LB: Todas elas não devem ser fáceis.
AF: Sim, estou feliz com várias coisas. É assim que eu possa me expressar. Basta?

LB: Agora você lendo alguma coisa antes do ano novo, algo que você escolheu. Diga-me por que você escolheu este.
AF: Bem, eu encontrei um pequeno livro, por isso pensei em ler algo já que não vou cantar nada.

LB: Infelizmente.
AF: Vou ler alguma coisa em seguida, encontrei um poema de Dan Andersson chamado "Nyár" ( "Novo Ano"). Vamos lá.


Du nyår som susar med vingar av glänsande snö
Som blandar med stigande soljus den bittraste vind
Och tänder med flammande rosor på jungfrulig kind
Och kramar än hårdare bröstet på den som ska dö Jag
hälsar dig nyår med vingar av glänsande snö
O giv att all världen till slut måtte bliva som då När Herren
ej ännu befallt någon gräns mellan vatten och land
När ännu ej djurögat stirrat mot rymderna blå
Och ännu en svagling ej rivits av tass eller hand
Och kärleken ännu ej kommit att locka och slå O giv att
all världen till slut måtte bliva som då

LB: Como você vai passar o Natal?
AF: Eu estou indo relaxar. Passar meu tempo com minha família e pessoas queridas pra mim e provavelmente comer algum prato de Natal.

LB: Feliz Natal Agnetha, e obrigado por ter aceito este convite.
AF: O mesmo pra você. Obrigada pelo convite.

***

Eles conversam ainda em um curto passeio fora da casa. Após toda a entrevista Lasse Bengtsson diz: Talvez alguns de vocês estão se perguntando por que eu não fiz a intrigante pergunta: se ela tem um novo homem na sua vida - e a resposta é que me esqueci. Mas quando eu perguntei a ela depois, ela respondeu: "Eu vivo a minha vida como uma pessoa simples, mas tenho muitos amigos e conhecidos, e alguns deles são homens."

Fonte: Agnetha Now & Then

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