quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Frida em entrevista inédita para rádio sueca

Lotta Bromé, a jornalista que entrevistou Agnetha na ocasião do lançamento de seu novo álbum em 2004, fez uma entrevista por telefone com Frida que foi ao ar hoje (10/09/2009) na Rádio Sueca (www.sr.se), no canal P4 Extra.

LB: Bem-vinda, Frida. Diretamente da França, bem-vinda ao P4 Extra.
FL: Muito obrigada, olá Lotta!

LB: Esta semana tivemos pelo menos uma canção de Frida todo dia, o que certamente é necessário de vez em quando.
FL: Eu estou realmente muito feliz que você tenha dedicado uma semana inteira pra mim.

LB: Com que frequência você ouve sua própria música?
FL: Bem, esporadicamente, eu diria. Talvez se eu me sentir nostálgica ou se há uma outra razão para eu ouvir. Minha produção abrange muitos anos. A última vez em que eu realmente ouvi algo foi o que fiz no final dos anos sessenta e que me proporcionou muitos momentos engraçados porque, felizmente, a música se desenvolveu muito desde então, e também a minha técnica de canto que melhorou com o passar dos anos. Mas foi uma grande viagem de volta e me sinto grata por haver começado a trabalhar com o que eu realmente gosto, que é a música.

LB: Pode-se dizer que o Melodifestivalen significou muito pra você?
FL: É claro que sim. Quando você menciona Melodifestivalen eu relembro automaticamente da primeira vez que participei dele.

LB: Você sabe o que eu penso? Eu penso isto. (Um trecho de "Härlig Är Vår Jord " é tocado) Era isto o que você estava pensando, Anni-Frid?
FL: (risos) Sim, isso é o que eu estava pensando. Isso me faz perceber porque e como a música às vezes torna-se bem de consumo. Mas foi uma experiência excitante e incrivelmente nervosa. Foi Ivan Renliden, se não me engano, quem escreveu esta canção.

LB: Como foi ser novamente uma participante em 1969?
FL: Foi divertido, excitante e nervoso tudo isso. Eu estava trabalhando com Charlie Norman naquela época e sua esposa, Dagny, e eu havia criado roupas para usar no palco que eu realmente, realmente gostava muito. E eu comecei a conhecer diferentes artistas que eu não conhecia antes, por exemplo Sten (Nilsson) do Sten & Stanley. E Lasse Berghagen participou e acho que Tommy Körberg estava lá também.

LB: Você se lembra em qual posição você chegou no fim?
FL: Eu acho que cheguei ao número 4.

LB: Está absolutamente correta! Isso não é mal.
FL: Que memória boa que eu tenho! (risos).

LB: Definitivamente! (Frida ri) Depois, mais tarde, é claro que você ganhou a coisa toda junto com o ABBA. Mas vamos voltar a falar um pouco mais sobre os anos sessenta. Você tinha 13 anos quando começou a cantar em uma banda de jazz?
FL: Mmmm, eu tinha 13 anos quando comecei a cantar, mas eu realmente não poderia. Naquela época eram as regras que você tinha que ter pelo menos 14 anos. Eu não sei se isso era verdade ou não, mas foi o que me disseram. Então, sim, 13 anos era a minha idade, estava cedo mas foi divertido.

LB: Então você mentia quando ia cantar?
FL: Não, nunca ninguém realmente perguntou. Mas se alguém houvesse perguntado, eu não sei. Naquela época tudo não era tão controlado como é hoje. Acho que eu aparentava ter mais de 13 anos.

LB: Em um momento, aqui no show nós iremos falar sobre ter mais de 40 anos. Seu aniversário está chegando em novembro, o que você pensa sobre ter mais de 40 anos? Que conselho você pode dar para nós que estamos lutando contra a crise dos 40 anos agora?
FL: (risos) Essa é uma pergunta engraçada, já que eu estou lutando contra minha própria crise dos 60 e poucos! Mas tudo bem, vou tentar. Acho que os meus 40 anos foi uma época maravilhosa, mas que eu estava mais concentrada na vida e no meu amado marido Ruzzo. Depois a vida me levou para outras direções. Acho que a crise, se é envelhecimento ou algo assim, você tem que tentar ser feliz todos os dias e aproveitar ao máximo cada dia. Para descobrir um pouco mais sobre o que a vida é realmente é preciso não se preocupar tanto com a vida material superficial, que está concentrada em nossa sociedade mais e mais, infelizmente. Então ser quem você é e ser feliz como você está pois há um motivo pra estar aqui e você deve cuidar bem disso.

LB: Nós ouvimos mais cedo outra canção dos anos 60 com, "Räkna De Lyckliga Stunderna Blott" (Guarde apenas os momentos felizes)...
FL: (risos) Bom, eu não tenho tanta certeza disso. Os momentos felizes são bônus que equilibram os momentos infelizes na vida. Eu acho que é importante lembrar dos momentos felizes e dos não tão felizes em sua vida. Isso é o que lhe dá equilíbrio na vida e experiência, muitas vezes até mesmo as coisas que não são tão divertidas o ajudam a crescer e elas são algo que você leva consigo na vida.

LB: Como você tem feito quando se trata de ter tristezas em sua vida e depois encontrar as coisas felizes para equilibrar a sua vida? Qual é o seu segredo?
FL: Eu não tenho um caminho secreto para fazer isso. Você tem que fazer o seu caminho pela vida, não importa o que aconteça. No meu caso foi isto o que me tornou uma mulher forte, mesmo quando olho para trás vejo coisas que foram difíceis e que passaram. Eu tive um grande apoio da família e dos amigos e é isso o que você precisa em tempos de crise. É tudo o que importa, principalmente agora que eu estou mais velha eu acho a família extremamente importante e temos que nos apoiar uns aos outros. Então vocês fazem a jornada juntos, eu não sou a única pessoa que sofre com as coisas que tem acontecido na minha vida, também tenho a minha família, meus filhos - meus próprios filhos e os filhos que caminham comigo. Mas juntos vocês podem fazer isso.

LB: Você diz aqui que teve tristezas e eu suponho que você está se referindo à morte de seu marido e sua filha.
FL: Sim, claro. Mas não é só pelos familiares mais próximos, eu perdi amigos também. Mas nós todos e você tem que processar a sua tristeza também como você puder. É desse jeito que a vida é, você ganha e você perde.

LB: Esta semana ouvimos você também a partir da década de 70. A canção se chama "Anima Mia" mas em sueco foi chamada de "Ett Liv I Solen" do "Frida Ensam". Em seguida demorou um pouco, mas em 1982 você estava de volta com "There's Something Going On", uma colaboração com Phil Collins. Eu tenho esse álbum em casa, tem uma capa desenhada.
FL: Sim, foi um artista francês que era um bom amigo e ele decidiu fazer um retrato meu. Foi um pouco divertido. Eu não sei se ficou bonito mas isto foi divertido.

LB: O cabelo estava muito vermelho, pelo menos.
FL: Sim, o cabelo era realmente muito marcante.

LB: E um pouco rosa em volta, não era?
FL: Sim, acho que eu estava passando por algum período rosa vermelha na época (risos). Em todos os períodos eu tenho observado meu cabelo!

LB: Em qual período você está agora?
FL: Eu estou em um, digamos, período mulher madura que provavelmente não vai mudar muito drasticamente.

LB: Você está deixando a cor ficar cinza?
FL: Não, eu não. Eu não acho que tons cinzas me caiam bem. Eu pensava isso mais cedo na vida quando eu tinha sempre que ser simpática e bem aparentada como uma modelo. Não, eu poderia esperar mais 10 anos, mas depois teríamos que esperar para ver.

LB: Então ainda está escuro ou vermelho?
FL: Não, é cendré com algumas mechas loiras.

LB: Parece ser bonito.
FL: Sim, é bastante bonito.

LB: Está longo ou curto?
FL: Mais ou menos no meio.

LB: A última vez que você gravou foi em 1996?
FL: Sim, foi em 1996, exatamente.

LB: Com Anders Glenmark. Então foi há um bom tempo atrás. Você gostaria de fazer outra gravação?
FL: Não, o desejo de cantar sempre está presente, mas - como Agnetha e eu conversamos na última vez em que nos encontramos - você tem que estar motivado. E eu acho que a motivação se foi, mas eu não estou completamente certa disso. Nunca se deve dizer nunca. Eu não acho que gostaria de fazer um projeto solo, mas eu posso me ver fazendo algo com outros músicos, se for um projeto que desperte a minha motivação.

LB: Já que você estava falando com Agnetha, ela poderia ser uma parceira musical?
FL: Isso seria fantástico, mas eu não acho que vai acontecer. Agnetha e eu também falamos sobre o fato de que como você está ficando mais velho quer passar mais tempo com seus netos e há um monte de outras coisas que o mantém ocupado então eu não sei. Mas é claro que isto seria uma coisa fantástica de fazer, mas eu acho que criaria uma enorme pressão apenas porque seria Agnetha e eu. Enormes expectativas e toda a promoção que você teria que fazer. Eu acho que nem Agnetha nem eu estamos prontas para isso. Nós já passamos por tudo isso durante muitos anos de nossas vidas.

LB: É ainda um grande acontecimento sempre que você e/ou Agnetha fazem uma aparição.
FL: Eu acho que é uma coisa boa manter essa magia. É divertido participar das celebrações do ABBA de qualquer forma que seja, como o filme Mamma Mia! e o musical. E eu acho que a nossa presença cria uma enorme alegria neste tipo de evento. E me dá uma oportunidade de apreciar as coisas que fiz no início da minha vida.

LB: No próximo ano teremos um casamento real aqui na Suécia, e Vitória vai se tornar rainha um dia. Eu estava pensando se você mudaria a canção "Oh, Carl Gustaf" para "Oh, Daniel".
FL: (rindo) Não, não, não. Talvez se Kjerstin Dellert quiser fazer isto, mas eu não farei.

LB: Obrigada por tomar seu tempo para falar conosco, Anni-Frid.
FL: Obrigada, Lotta. Foi bom falar com você. E obrigada a todos os ouvintes que passaram por todas as minhas músicas antigas esta semana. Eu sou muita grata por ter sido uma convidada em sua casa esta semana. Obrigada novamente Lotta e todos os ouvintes e todos que trabalham neste programa. Cuidem-se!

LB: Você também. Espere! Se você fosse escolher uma canção entre todas estas décadas qual seria?
FL: Eu realmente não posso dizer. Mas, digamos "Fernando" do "Frida Ensam", que foi uma grande oportunidade para mim como uma artista solo e também um grande sucesso para o ABBA depois.

LB: OK, então. Nós vamos tocar nossa versão sueca. Tchau.
FL: Obrigada, tchau tchau.

("Fernando" é tocada)

(Traduzido a partir do blog ABBAMikory - Thanks Micke!)

3 comments:

Alexandre Carvalho disse...

Magnífico!

Obrigado Adauto!

Abraços!!
www.fridabrasil.we.bs

Dirceu disse...

Muito legal... adorei.
Valeu Adauto!

Ninoca disse...

ADAUTO EU TE AMO!

Brigadão cara!

Bjoo

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