A revista americana Reader's Digest (no Brasil, Seleções), publicada em 35 línguas e distribuída em 120 países, foi, durante décadas, muito popular no mundo todo. Até hoje ela sobrevive bravamente nas bancas, com seus artigos, relatos, piadas e histórias. As variadas coleções de produtos lançados pela revista (romances, enciclopédias e discos) marcaram época. O ABBA não ficou de fora.
Nos anos 80 e 90, o quarteto teve álbuns lançados sob o selo da Reader's Digest. Pelo menos duas caixas, lançadas na Europa, ficaram famosas: The Best Of ABBA - Reader's Digest (com 4 LPs, 1982), em Portugal, e uma versão maior, com 5 LPs, lançada na Grã-Bretanha. Eram vendidas em condições especiais para assinantes da revista e são, hoje, itens raros de colecionador. Anos depois, variações em K-7 e CD foram lançadas, além de outras coletâneas menores.
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A versão portuguesa (4 LPs) e a versão britânica (5 LPs) |
Em termos de novidade musical, as caixas do ABBA lançadas pela Reader's Digest não trouxeram nada de diferente. A vasta lista de músicas incluiu tanto os grandes sucessos quanto faixas menos conhecidas do grande público. Mas a embalagem era caprichada, sofisticada e bonita, bem ao estilo das coleções de LPs da revista.
Já no final dos anos 80 e começo dos 90, quando o compact disc chegou com tudo, a Reader's Digest lançou outras compilações do ABBA em CD. Muitos podem se questionar sobre o motivo de oferecer coletâneas tão parecidas em um espaço de tempo relativamente curto.
As razões variam bastante. Algumas vezes isso se dá por questões contratuais, outras por senso de oportunidade, como quando um selo adquire os direitos de lançamento de determinado catálogo musical. Outras vezes pode ser a tentativa de pegar carona em uma fase boa do artista, ou então o contrário, o cantor/grupo está meio sumido e a gravadora quer fazer um revival etc. Mas existe a velha razão, com a qual o mercado de discos ainda conta: muitos fãs se sentem tentados a comprar todas as coletâneas que aparecem, mesmo que elas não tragam nenhuma música inédita. Seja pelo layout da capa, pelo encarte, por uma faixa editada ou por alguma outra peculiaridade que represente um atrativo para um fã. Isso acaba gerando burburinho e estimulando o "colecionismo" entre eles.
Na seção "Discografia selecionada", do livro Mamma Mia!, questiono brevemente essa necessidade constante de novas coletâneas quando falo de ABBA - The Definitive Collection (2001):
Os nomes de coletâneas sempre falam em superlativos: "Greatest", "Best", "Very Best". Mas é um tanto quanto difícil justificar o lançamento de mais esta coletânea depois do sucesso esmagador de ABBA Gold e More ABBA Gold. (Mamma Mia!, Panda Books, 2011).
As pomposas coletâneas da Reader's Digest são apenas um exemplo desse nicho de mercado, por vezes repetitivo. Na história de sucesso do ABBA, existem vários outros exemplos de compilações com hits do grupo, mesmo que em muitos casos os álbuns misturem meia dúzia de sucessos com uma dezena de faixas menos expressivas. Para agradar ao fã, os organizadores de coletâneas buscam incluir ao menos uma ou duas canções "diferentes". Pode ser uma versão ao vivo, estendida, remixada ou até em outra língua. Qualquer dessas opções é válida para dar um certo ar de "novidade". Mas este é um assunto para os próximos posts.
Algumas das caixas e coletâneas famosas da Reader's Digest:
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The Best of ABBA (Portugal, 1982) |
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The Best of ABBA (UK, 1982) |
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Versão em K-7 de The Best of ABBA (UK, 1982) |
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The Very Best of ABBA (UK, 1989) |
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The ABBA Collection (França, 1992) |
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The ABBA Collection (Alermanha, 1992) |
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The Ultimate Collection (UK, 2003) |
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The ABBA Collection (Canadá, 1992) |
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The ABBA Collection em K-7 (Austrália, 1993) |
1 comments:
Muito bom o post,amo o ABBA e sempre escuto e nao enjoo.
Porem e verdade que torna repetitivo a gente compra um dvd novo,que tem tudo repetido masssss uma cancao "nova",a capa era diferente,enfim....nesse dilema tenho 6dvds diferentes,porem todos praticamente iguais!!!
Mas eu Amo ABBA♡♡♡
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