sexta-feira, 30 de abril de 2010

Business Daily, 2010: A música continua para o co-fundador, três décadas após o fim do ABBA


Em 1974, o ABBA incluiu uma canção chamada Dance (While the Music Still Goes On) no seu álbum Waterloo, e Goran Bror "Benny" Andersson, co-fundador da banda e compositor, ainda está dançando.

Nos 28 anos após a dissolução do grupo, Andersson e o veterano compositor Björn Ulvaeus criaram os musicais Chess (1984), Kristina Fram Duvemåla (1995) e, evidentemente, o ABBA musical Mamma Mia! (1999), que ainda está em cartaz em Londres e na Broadway, e em 2008 foi transformado em um filme de sucesso com Andersson como produtor executivo.

Desde 2001, ele conduz a Benny Andersson's Orkester, um conjunto com 16 membros que lançou três álbuns na sua Suécia natal e Story of a Heart, que compila canções dos três álbuns anteriores e que foi lançado nos Estados Unidos no início deste ano.

Aos 63 anos, em suma, a música ainda está na vida de Andersson, mais para a sua satisfação.

"Eu venho aqui todo dia e tento lidar com a poesia", diz Andersson, em entrevista por telefone de seu estúdio em Estocolmo.

"Eu posso fazer exatamente o que quero. Não tenho que me preocupar em ganhar a vida e tudo o mais, então eu posso me concentrar no que sinto que é importante fazer. E, como você pode ouvir nessa gravação da minha banda, eu só faço o que gosto."

"É um grande privilégio ter sido um membro do ABBA."

Benny Andersson’s Orkester representa um caminho musical trilhado por Andersson bem antes da formação do ABBA em 1972, que rapidamente se tornou uma sensação mundial e vendeu mais de 375 milhões de cópias até o momento.

Como é ouvido no Story of a Heart, a banda remonta à música folk sueca, polcas, valsas e arranjos de big-band (grande grupo instrumental associado ao jazz) que ele ouviu ao crescer, tocada em casa pelos seus pais.

Seu pai e avô - ambos "músicos por hobby", diz Andersson - apresentaram-lhe o acordeão, que ele começou a tocar aos 6 anos de idade.

"Nós temos uma boa tradição musical na Suécia", diz Andersson, "que na verdade é mais baseada no violino em vez do acordeão. Mas é assim que eu defino a minha entrada no mundo folk sueco, e foi assim comigo em todos os anos na verdade. Eu me sinto muito próximo disso."

Entretanto, assim como a juventude que cresceu nos anos 50 e início dos anos 60, Andersson começou a ser exposto a outras músicas.

"Era um pouco diferente de estar aqui, no entanto, diz o músico, cujos primeiros singles foram Jailhouse Rock (1957), de Elvis Presley e Du Bist Musik (1956), da cantora italiana Caterina Valente.

"Todas as influências que chegaram à Suécia vieram da Itália, da Alemanha, da França, material schlager alemão assim como Little Richard, Chuck Berry, Elvis Presley e os Beatles e tudo mais. Ter vindo de uma tradição européia é um pouco diferente, eu acho, se você comparar isto com a maioria das bandas anglo-saxônicas".

Andersson logo se viu em uma banda de rock, The Hep Stars, e se inspirou nos Beatles para começar a compor a sua própria música.

"Antes disso ninguém sabia quem escrevia as canções", ele lembra. "Eles apenas pensavam, 'Esta é uma canção do Elvis' ou 'Esta é uma canção do Cliff Richard'. Então de repente você se dá conta, 'Uau, esses caras escrevem suas próprias músicas. Talvez eu devesse fazer isso..."

"Minha primeira canção não era tão boa", admite Andersson com um riso. "A minha segunda foi uma canção chamada Sunny Girl, que tinha uma melodia muito boa".

Depois de algum modesto sucesso inicial, a revelação do ABBA aconteceu em 1974 no Eurovision Song Contest, ao vencer com a canção Waterloo, que posteriormente liderou as paradas na Austrália, Alemanha e Reino Unido, assim como alcançou o 6º lugar nos Estados Unidos.

Andersson e seus colegas nunca olharam para trás.

Os oito álbuns do grupo renderam 13 sucessos no Top 40 americano, incluindo favoritos duradouros como SOS (1975), Mamma Mia (1976), Take a Chance on Me (1977) e o grande sucesso Dancing Queen (1976).

O catálogo do ABBA continua a vender três milhões de cópias por ano, o que ainda surpreende Andersson.

"Quando paramos com o ABBA em 1983, eu acho que todos nós dissemos: "Bem, podem haver alguns discos lá fora que as pessoas irão comprar, talvez por um ano. Talvez nós tenhamos um ou dois anos com algum dinheiro entrando com a venda dos antigos discos que foram lançados", diz ele. "Então é surpreendente para todos nós que ainda haja vida no que fizemos nos anos 70."

A posse do ABBA no Rock and Roll Hall of Fame em março passado foi outra surpresa, diz Andersson, especialmente porque nem mesmo ele realmente pensa na música da banda como rock.

"Eu tomo isso como uma verdadeira honra", diz Andersson, que compareceu à cerimônia com Lyngstad e tocou piano, enquanto Faith Hill cantou canções do grupo. "Éramos e somos uma espécie de banda pop sólida, e há uma diferença entre música pop e rock-'n'-roll. Ser empossado no Rock and Roll Hall of Fame não estava no mapa, realmente, para nós.

"Por outro lado, lá há muitos artistas pop já empossados, então eu não me importo", diz ele. "Eu não sou a pessoa que me empossou, entende?"

Andersson e Ulvaeus envolveram-se em musicais depois da separação do ABBA - Chess, em parceria com Tim Rice, foi um álbum concebido três anos antes de ser encenado nos palcos - e também entraram como produtores, começando com a dupla de irmãos Anders e Karin Glenmark.

Carreiras próprias

Andersson lançou um álbum solo, Klinga Mina Klockor (Chime My Bells) em 1987, e depois formou a Benny Andersson's Orkester, começando com cinco violinistas e posteriormente recrutamento cantores como Tommy Körberg do Chess e Helen Sjohölm, que fez parte do Kristina Fram Duvemåla.

A banda começou a gravar com um álbum auto-intitulado em 2001, com letras de Ulvaeus, e Andersson diz que tenta manter o grupo tão ocupado quanto ele pode.

"O problema com esta banda é que eles todos têm as suas próprias carreiras", diz ele, "para juntar todos no mesmo local ao mesmo tempo é um pouco complicado. Mas é um bom (projeto) para mim, porque se não estou em um projeto, o que é muito raro, posso sempre escrever coisas para a minha banda."

O grupo reúne-se em sete ou oito shows por ano, geralmente em datas ao ar livre na Suécia com uma pista de dança no local e as apresentações se estendem por várias horas.

"As pessoas dançam e ouvem a música", diz Andersson, "e isto é muito divertido."

"Nos velhos tempos com o ABBA ficávamos sentados juntos, nos reunindo com a guitarra e o piano, mas não tem sido assim desde Chess", diz Andersson.

"Hoje em dia eu escrevo a música e a envio para ele e, se ele sentir que há uma letra para ela, ele a escreve."

Por Gary Graff

Fonte: Business Daily

2 comments:

Renata disse...

Sou mega-fã desse cara. Ele e Bjorn são GÊNIOS!

Eduardo disse...

Concordo plenamente!!!!!GENIAIS!!!!

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