quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Benny Andersson diz "não" para continuação do Mamma Mia


A seguinte matéria foi publicada há duas semanas no site britânico Telegraph, antes do concerto tributo em Londres.


Os personagens do filme de sucesso Mamma Mia poderão voltar - mas não com uma trilha sonora do ABBA, diz Benny Andersson, co-autor dos sucessos da banda.

Benny Andersson: "Não haverá outro, entre aspas, ABBA musical"

Você pode ouvir os soluços, Fernando? Esse é o som de milhões de fãs do Mamma Mia lamentando que Benny Andersson, um quarto do ABBA, o supergrupo sueco cujos sucessos forneceram a trilha sonora do filme, revelou que não haverá uma continuação - pelo menos não com qualquer uma das músicas da banda.

Apesar das esperanças de uma seqüência, Andersson disse ao Sunday Telegraph: "Não, isto não vai acontecer. Não haverá outro, entre aspas, ABBA musical."

Apesar dos potenciais benefícios de uma continuação, Andersson disse que não permitirá que o seu catálogo seja usado novamente. Entrentanto, ele deixou aberta a probabilidade de que os produtores do filme possam abordar um outro artista para criar uma trilha sonora. "Catherine Johnson (roteirista do Mamma Mia) está empenhada em trabalhar em algo que tenha a ver com suas personagens do filme Mamma Mia - mas não será com a música do ABBA", disse ele.

Andersson, 62 anos, fará uma rara apresentação no Hyde Park de Londres no domingo, como parte do Thank You For The Music, um concerto de gala organizado pela BBC em homenagem à música do ABBA. Artistas se apresentarão com canções de Andersson e seu ex-companheiro no ABBA Björn Ulvaeus, 64 anos, incluindo Lulu, Chaka Khan, Jamie Cullum, Elaine Paige e Marti Wet Wet Wet's Pellow, assim como a estrela crescente nas paradas VV Brown. O concerto, que será apresentado por Chris Evans e transmitido ao vivo pela Radio 2, também irá incluir duas músicas de Kylie Minogue, e uma performance com o elenco inteiro do West End da montagem do musical Mamma Mia.

"Eu não sou familiarizado com alguns artistas (da programação)", admitiu Andersson. "Eu realmente não acompanho o que está acontecendo na cena pop desde que eu parei com o ABBA. Mas acho que vou aproveitar a tarde imensamente. Vou tocar uma ou duas músicas, uma música folk sueca, com meus amigos violinistas de Oresund." Ele também irá apresentar "uma pequena fatia" de uma suite coral que ele gravou depois que o ABBA acabou em 1982. Mais tentadora é a perspectiva do acompanhamento de Andersson na apresentação de Kylie Minogue, em sua versão de "When All Is Said and Done", uma faixa menos conhecida do último álbum de estúdio do ABBA, The Visitors.

"Será uma pequena aventura", disse Andersson, entrando no espírito da noite. "Assim como Kylie estará lá, eu gosto do fato de que Lulu estará também, estou ansioso para reencontrar Elaine (Paige), que conheci no Chess, e Chaka Khan sempre foi uma favorita nos anos 70. "Este evento é muito lisonjeiro, porque basicamente somos estrangeiros aqui. Os ingleses sempre nos trataram como se fôssemos da Inglaterra, por algum motivo estranho, e eu sou muito grato por isso. É absolutamente incrível, como nós somos seus, quando na verdade não somos." Esta festa de gala, que também terá a presença de Ulvaeus, poderia ser bem próxima a uma reunião do ABBA. Em 2000, o quarteto rejeitou a oferta de um bilhão de dólares para o retorno. Famosas espetadas sobre a questão do Abba sempre voltam à tona junto, Andersson disse que ele e Ulvaeus nunca irão se apresentar novamente com suas respectivas ex-esposas, as cantoras Anni-Frid Lyngstad e Agnetha Fältskog. "Isso é fácil de falar", disse ele enfaticamente, "Não vamos nos reunir."

Ele é mais entusiástico, entretanto, para reavivar a sua parceria musical com Ulvaeus, que começou em 1966 quando ambos se apresentavam em duas diferentes bandas suecas. Na década seguinte, eles produziram canções de sucesso como Waterloo, Dancing Queen e The Winner Takes It All, afinal movimentando mais de 350 milhões de álbuns do ABBA no mundo inteiro. Como uma marca de apelo permanente da banda, uma exposição itinerante denominada Abbaworld será aberta no final deste ano em Londres, oferecendo uma "experiência multimídia" envolvendo suas famosas roupas extravagantes e outras recordações.

Mas o trabalho que deixou Andersson mais orgulhoso surgiu depois que as roupas extravagantes foram guardadas. Assim como compôs e produziu álbuns para numerosos cantores suecos nos anos seguintes ao fim do ABBA, ele e Ulvaeus também fortaleceram muito seus laços com os musicais, mais notavelmente Chess, o musical sobre a Guerra Fria co-escrito por Tim Rice apresentando a balada clássica I Know Him So Well. Menos conhecido é o épico da parceria musical sueca, Kristina från Duvemåla, que ficou em cartaz por cinco anos nas capitais da Escandinávia em meados dos anos 90. Mas eles escreveram apenas uma coisa juntos desde então. "Björn e eu falamos 'Você acha que devemos fazer alguma coisa?' É uma questão de ter a coisa certa para trabalhar. Nós não temos nada assim agora, mas algo poderá aparecer."

No início deste ano, Andersson voltou para as paradas britânicas com Story of a Heart, um álbum solo gravado com 16 músicas da sua banda de folk sueco. Ele contêm as primeiras músicas que co-escreveu com Ulvaeus desde Kristina. "Nós não havíamos feito nada de substancial em 15 anos", ele disse. O par também tem trabalhado junto em uma versão em inglês de Kristina, que estreará ainda este mês no Carnegie Hall em Nova York com o tenor britânico Russell Watson. Se bem sucedido, fala-se de uma transferência para Londres.

"Sou tão orgulhoso de Kristina quanto do meu trabalho com o ABBA", admite Andersson, "porque são diferentes. Este é sinfônico - mais que uma ópera, realmente. Demorou cinco anos para ser escrito, e sou muito satisfeito com o que conseguimos."

Talvez inevitavelmente, após o declínio do ABBA no início dos anos 80, as realizações de Andersson foram ofuscadas pelo legado musical que deixaram, uma vez que rivalizavam com a Volvo como os maiores exportadores da Suécia. Hoje, a maior compilação de hits do ABBA é o quarto álbum mais vendido de todos os tempos no Reino Unido, com o catálogo da banda só sendo superado em valor pelo dos Beatles.

"Eu sou o maior fã dos Beatles", disse Andersson, "assim quero colocar minhas mãos no seu novo box. Eles têm muitas músicas boas. Primeiro há os Beatles, então não há nada."

Com uma fortuna pessoal de cerca de 100 milhões de libras, Andersson pode se dar ao luxo de ser menos modesto sobre seu papel no Fab Four da Suécia. Apesar de não gravarem juntos há 27 anos, o catálogo da banda rende a ele mais de 2,5 milhões de libras por ano. Andersson também é dono de um hotel boutique de sucesso em Estocolmo, o Rival, onde cada quarto contém uma cópia do Abba Gold. Mas quando se trata de investimento sério, seu dinheiro vai para a criação de cavalos de corrida.

"É mais do que um hobby, na verdade," diz ele. "Eu os reproduzi, mas em uma escala relativamente pequena. É um negócio muito absorvente, você sabe. De certa forma, é como estar no negócio da música. O trabalho que você tem escrevendo música, você nunca sabe o que vai acontecer depois, e é o mesmo que acontece com os cavalos. Você tem grandes esperanças, e isto pode ir para qualquer direção."

"Eu tenho muitos cavalos na Suécia, mas a cena de corrida não é o que excita. Nós temos talvez quatro pistas em toda a Escandinávia, que se comparadas com as da Inglaterra ou da Irlanda não se nota uma grande diferença, é por isso que eu compro nos dois lados do Mar do Norte."

Suas perspectivas mais promissoras são aquelas mantidas em uma fazenda em Arundel, Sussex. "Tenho três cavalos em treinamento na Inglaterra no momento - Um com quatro anos de idade cujo nome é Perks. Ele é um bom cavalo, em muito boa, e ele venceu várias corridas. E eu tenho um com dois anos de idade, e eles foram para lá e vejo algo promissor. Veremos. Os cavalos são a maneira perfeita para perder dinheiro ", diz. "Cavalos reprodutores não é algo que faz você lucrar. É como algo para diversão e agitação. É uma coisa cara de fazer, mas nunca se sabe, um dia destes talvez o cavalo fique acima do que se paga pelo resto deles."

Como o dinheiro rolou após o enorme sucesso da banda no Eurovision Song Contest em 1974, Andersson e sua então noiva Anni-Frid Lyngstad - mais conhecida como Frida - conversaram sobre deixar a Suécia para evitar seus famosos impostos punitivos. "Eu não sou do tipo que reclama dos impostos suecos, que não estão tão ruins. Costumávamos ter algumas regras fiscais estranhas para os artistas. No meio dos anos 70, Astrid Lindgren, que escreveu todos os livros Pippi Longstocking, publicou um artigo descrevendo como ela pagou 102 por cento de imposto - "O que era realmente verdade, se você tem sua própria empresa e paga pela sua própria segurança social, tudo isso."

"Nós dissemos vamos estar lá como uma banda por talvez três anos, e se nós fizermos muito dinheiro, o que vai acontecer? Tentamos descobrir o que podíamos fazer. Mas isto acabou com tudo o que havíamos dito, não, não, nós gostamos aqui, queremos ficar aqui, e não há nenhuma razão para mudarmos para outro lugar só para poupar algum dinheiro. Isto é apenas dinheiro".

Por Paul Clements

3 comments:

totoninho disse...

Me da a impressão de que o Benny é o unico que toma as decisões no que diz respeito ao assunto ABBA. Parece que ele é quem é contra qualquer possibilidade de reencontro do grupo, deixando prevalecer acima de tudo a sua opinião, sendo radicalmente contra qualquer assunto que envolva o ABBA. Naminha opinião isso é de uma prepotencia e arrogancia muito grande, deixar na mão todos os milhões de fãs pelo mundo todo, dizendo que seria decepcionante o reencontro do grupo. Deixe que os fãs se decepcionem, mas de a alegria de um novo reencontro, a alegria de ouvir suas musicas e matarem a saudade de tantos anos. Fã é assim mesmo, com decepsão ou não tenho certeza de que todos estarão onde quer que o gropo esteja. Eu sou o Antonio, e essa é a minha opinião.

Anônimo disse...

é o cumulo não querer que a continuação do musical MAMMA MIA! se prolifere......
quero que façam muuuitos outros filmes----com meryl streep no comando claaaro!@!!!!
hehehehe

Anônimo disse...

Concordo plenamente com você. E digo mais: O mundo ama tanto o ABBA que seus membros não deveriam ter o direito de não retornarem!!!

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