quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Contra a parede: Agnetha Fältskog

Você vai ficar desapontada se vender menos que a Frida?
- Vou ficar triste se o meu LP-solo tornar-se um fiasco. Mas não vou comparar minhas vendas com as do ABBA ou com as da Frida. Não invejamos nosso sucesso mútuo, em vez disso ficamos felizes por nós.

No dia 30 de maio seu primeiro LP-solo em muitos anos, "Wrap Your Arms Around Me", será lançado e o single é "The Heat Is On". É diferente do que você gravou antes?
- Há uma grande diferença entre o que gravei antes como artista solo, no início meu som era mais "bonito" (Eu ainda sou uma boa pessoa). O LP "Wrap Your Arms Around Me" é divertido e positivo. Eu me senti mais livre, porque não tenho que levar em consideração outros pontos de vista ou compromissos como os que você tem em um grupo.

Por que o seu cabelo está diferente?
- Você tem de se apresentar e apresentar as canções de forma parecida com a sensação que a música passa.

Frida e você têm carreiras solo, Björn e Benny estão escrevendo um musical. É o fim da era ABBA?
- Nós não tivemos uma reunião e batemos com um martelo dizendo que vamos parar. Nós pensamos que foi grande o que fizemos e mais algumas outras coisas, mas espero que nós voltemos a gravar algo como ABBA novamente.

O que você quer passar com sua música?
- Existem dois objetivos principais. Devem ser boas e melódicas canções, com espírito positivo. Não apenas baladas trágicas sobre alguém que termina com você e fica difícil ir adiante. Há ainda uma canção no álbum, "Once Burned, Twice Shy".

Ainda é tão emocionante hoje como era quando você entrou na parada Svensktoppen?
- Não sei. A maneira que eu tenho feito isto, e penso de uma forma diferente com 33 anos de idade da que pensava com 18 anos. Não quero soar cansativa mas você começa a se desgastar quando as coisas têm corrido muito bem. Mas estou extremamente ansiosa para ver e ouvir o que os outros vão pensar, mesmo estando muito cansada disto, mas isso é porque eu não consegui uma perspectiva diferente do que vai acontecer.

Agora você está indo em turnê pela Europa para dar entrevistas e apresentações na TV. Não é suficiente para a música falar por si própria?
- Eu não tenho nada contra viajar para divulgar a minha música, se isto for bom.

Mas você não irá para os Estados Unidos?
- Talvez de navio já que eu tenho muito medo de voar. É possível que o meu medo diminua quando eu ficar mais velha, mas no momento não me sinto como uma desafiante da sorte.

Quem são os seus favoritos agora?
- Michael Jackson, Hall & Oates e como sempre, Donna Summer.

Será que alguma vez iremos ver Agnetha Fältskog no palco de novo?
- Eu vou estar no palco em diferentes programas de TV, um deles é um programa de 50 minutos que começou a ser gravado pela TV sueca. E é possível que eu algum dia no futuro junte-me a uma pequena banda.

Mas nunca mais uma turnê normal?
- Eu gostaria, mas existem muitas exigências que não gosto para sair em turnês, por exemplo várias viagens. Mas talvez eu possa ir para um lugar e ficar lá por duas semanas e, em seguida, voltar para casa. É também uma questão de você ser bom nisso, não acho que eu cante melhor ao vivo do que na TV e gravando em estúdios.

1983 é o seu ano, disco solo e um pouco depois a première do filme "Raskenstam" , em que você estreará como atriz.
- 1983, 1984, 1985, 1986 e assim por diante serão os meus anos. Brincadeiras à parte, é um ano emocionante mas quero esperar acabar para eu poder dizer que foi o meu ano.

Você vai se tornar uma estrela de cinema também?
- Eu não anseio por Hollywood e pela vida ali, eu só queria tentar atuar e outras formas de me expressar.

Você não teve uma formação como atriz. Você acha que teria obtido este papel se não fosse uma celebridade?
- Antes eu ficava com um peso na consciência por causa daqueles que estudavam e lutavam para obter papéis. Entretanto tenho um pouco dessa formação, durante todos esses anos eu trabalhei no meio artístico e fui focada pelas câmeras etc. Além disso, no palco você interpreta um papel, é claro que você dá uma parte de si mesmo e sua personalidade, mas não como uma pessoa privada, e como um artista.

Você tem se envolvido na luta contra as drogas. O que pode uma pessoa que vive tão longe dessa realidade?
- Para começar, mostrar o meu ponto de vista. Se você é um ídolo, ou talvez eu deveria dizer papel modelo para alguns e, em seguida, lêem que sou contra as drogas, talvez isso os influencie e isto me faz feliz. Temos apenas uma vida e devemos cuidar dela.

Você pode ir ao metrô ou sair para dançar?
- Tenho certeza que posso ir ao metrô, mas não faço isso há anos. Gosto de sair e dançar e é divertido desde que não aconteça com muita freqüência.

Você tem lutado contra tablóides que escrevem notícias incorretas sobre você.
- Sim, entramos em contato com todos os tablóides que publicam mentiras e parece que está dando resultados. As coisas acalmaram.

Há quem pense que agora que você é tão muito conhecida, pode passar por cima da imprensa. Era diferente no início de sua carreira.
- Não se trata de passar por cima, mas tenho que me defender contra as mentiras. No início, quando eu era casada com Björn, damos entrevistas a alguns tablóides porque pensávamos que era divertido e não tínhamos uma maior necessidade de uma vida privada. Mas essa confiança foi abusada e só porque eu concordei com isso aos 18 anos de idade, isso não significa que eu deva aos tablóides para o resto da minha vida. Mas eu gosto de falar sobre meu trabalho.

Não é enfadonho perder algumas coisas boas na vida, tais como jogar na loteria? Você já é uma milionária.
- Isso não é uma das boas coisas da vida para mim, sou uma pessoa mais realista. O importante para mim é o simples, ser saudável. Natureza, primavera e cheiros. Parece banal e simples, mas essa é a forma como isto é. Claro que eu sou privilegiada pela possibilidade de comprar alguns salmões de vez em quando e beber champagne, mas isso não acontece diariamente.

Após seu divórcio com Björn Ulvaeus, você esteve vendo dois rapazes durões, um jogador de hóquei e um policial. Você gosta de caras durões?
- Só porque você tem uma ocupação tida como dura, não significa que você seja uma pessoa durona.

Então rapazes suaves e gentis lhe interessam?
- Claro. Muito.

Por Magnus Janson










(Publicado no jornal Aftonbladet, no dia 13 de Maio de 1983)

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